ARTICULISTAS

A arte de furtar

Não faz muito tempo, li uma notícia num jornal de São Paulo que jamais me saiu da memória...

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 26/11/2017 às 12:34Atualizado em 16/12/2022 às 08:47
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Não faz muito tempo, li uma notícia num jornal de São Paulo que jamais me saiu da memória. A desempregada Ednalda Portela Júlio, 26 anos, ficou uma semana na cadeia por ter furtado um bombom nas Lojas Americanas. Afirmou ter pegado o bombom porque estava com fome. Ednalda foi liberada pelo juiz da Primeira Vara Criminal, que a desobrigou de pagar a fiança de 500 reais. Segundo o juiz, ela responderá a processo e se for condenada, poderá ficar de quatro a seis meses na prisão.

Diante do acontecido, a pergunta que me intriga é esta: Por que só os pobres vão sempre para a cadeia? Por que são presos e condenados aqueles que roubam um pão, para não morrer de fome? Por que são castigados os desempregados que se revoltam contra as injustiças? Por favor, não estou inocentado ladrões e criminosos só porque são pobres. Não é isso. Não estou ideologizando a pobreza. Quem rouba, merece castigo, é claro. Mas por que só os pobres? Por que não são presos os que metem a mão no dinheiro da comunidade? Por que não são presos os políticos desonestos e corruptos que se enriquecem à custa do dinheiro público? Na Itália, há pouco tempo, alguns ladrões de colarinho branco foram metidos na cadeia. Mas, não vivemos na Itália. Vivemos no Brasil e já estamos começando a ter vergonha de nossa Justiça. Estamos lendo nos jornais de todos os dias que o Brasil se tornou o paraíso das maracutaias. Dos golpes. Dos desfalques. Metem a mão no dinheiro do povo e tudo fica por isso mesmo. As Comissões de Inquérito já viraram piada. Gente grossa que manda matar posseiros é absolvida. Nenhum poderoso é condenado.

Os jornais já estão publicando os nomes dos prováveis candidatos à Presidência da República. São todos velhos conhecidos nossos. Raposas matreiras, useiras e vezeiras na arte de enganar, de mentir, de prometer sem cumprir. E nós, meus amigos, vamos ter o privilégio de “escolher” um deles para nos representar. Você é um felizardo, vive numa democracia, tem a liberdade para escolher seu candidato, contanto que esteja na lista deles... Isso faz-me lembrar daquela estória do fazendeiro que tinha três filhas em idade de casamento. Ao ser procurado por um pretendente, foi logo adiantand “você pode, seo moço, escolher qualquer uma delas para casar, contando que seja a Maria”. “Nossos” candidatos já estão fazendo propaganda. Todos dizem que vão criar um Brasil melhor. Como somos felizes!

Antes de terminar, um mau conselh se você tiver vocação para bandido, não furte um pão, furte um milhão. Pão dá cadeia...

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