Incontestavelmente, a Inteligência e a Evolução não largam de suas mãos dadas no processo cultural do homem. Como a Evolução cultural é um processo gradativo e o viver um tempo para isso em etapas curtas, há de então esse último se repetir para que o homem alcance a plenitude de sua Evolução — razão tão só da vida, até porque outra não se encontra que melhor lhe diga. Temos lido que o homem, obra máxima do Criador, é uma “estrutura composta de 41 elementos químicos — Carbono, Ferro, Oxigênio e outros que estão no pó da terra. Seu todo é formado por sete octilhões de átomos — 7 octilhões, são 7 seguidos de 27 zeros, e cem trilhões de células — 100 trilhões são 100 seguidos de 12 zeros, e dezenas de orgãos e pelo menos 9 sistemas orgânicos principais”. Mesmo com toda essa estrutura complexa e maravilhosa, seria uma obra estática se não lhe houvesse brindado com a Inteligência, que foi o grande acelerador na dinâmica de sua Evolução cultural. Esse atributo lhe fez evoluir assustadoramente, considerando o enorme salto dos “Primatas ao Homo-Sapiens.” A separação do Símio (seu irmão primitivo), mesmo que se queira questionar, a Anatomia Comparativa documenta na sua fidelidade convincentes semelhanças, mesmo passando por ajustamentos em suas estruturas animal. Tão assim que o homem foi bafejado pelas surpresas da Inteligência, seu novo atributo, aquela criatura dava os seus primeiros e promissores passos. Logo lhe veio o ensejo de buscar outros abrigos em lugar das horríveis cavernas. Também passou a não mais temer como antes certos momentos da natureza; como os fortes ventos, relâmpagos, chuvas e trovões. Sentiu de imediato que suas partes íntimas não mais deveriam estar expostas. Muito cedo lhe clareou também que deveria alimentar-se de animais por ele sangrados em lugar dos perecidos em suas armadilhas de buracos. Curiosamente, percebeu que a sonoridade vocal não se destinava tão só para atrair em suas imitações, pássaros e animais preferidos na caça. Com tal magia, percebeu que poderia fazer também os seus entendimentos em lugar da difícil linguagem gesticulada. Nessa ascensão, floriu dentro de seu Ego o sublime amor e respeito ao semelhante, quando então para aquele já sem vida passou a não mais deixá-lo ao sol aberto até que fosse devorado por animais famintos. Quem lhe ensinou isto senão a Inteligência, que, com mãos de artífice, lhe foi moldando os traços na beleza da Evolução! Assim, ao longo dessa caminhada de aprendizagem, foi se arredando daqueles seus primórdios, galgando os estágios da Evolução até chegar ao ser Inteligente e Pensante. O quando daquela partida, a imaginação já não mais alcança. Mas, quem sabe?... Quem sabe os “Gigantes da Inteligência” de nossos dias sejam aqueles que a Inteligência como lâmpada Divina com bilhões de velas lhes iluminou um dia, a Estrada florida da Evolução?
(*) Odontólogo; ex-professor universitário (Odonto Uniube)
