Falar da face da Igreja significa olhar as dimensões de seu rosto ou daquilo que a identifica como instituição sagrada e divina, com a cara de Jesus Cristo, exercendo a importante tarefa de evangelizar o povo de Deus. No dizer do Papa Francisco, a Igreja deve ser orante e testemunhal, aberta para o diálogo com o mundo, ao lado dos pobres, ser servidora, acolhedora e misericordiosa.
Uma das características essenciais da Igreja é sua fidelidade aos ensinamentos de Jesus Cristo. Não é de se estranhar as diversas formas de perseguições que sofre. Esse foi o caminho do Mestre, a quem ela é chamada a seguir os passos. Os ataques à Igreja vêm de dentro dela mesma, mas de pessoas que não vivem a dimensão eclesial da fé e as inspirações do Espírito Santo para os dias de hoje.
Creio não ser correto dizer que a Igreja está com a face ferida pelos atuais desacertos, porque suas bases são muito sólidas e bem construídas. Não é uma instituição qualquer e está enxertada na prática das bem-aventuranças para construir o Reino de Deus. Ela tem como base de sua ação evangelizadora a preocupação com a realidade do ser da pessoa humana como imagem de Deus.
Apesar de todos os percalços da história, seguindo os ensinamentos da Palavra de Deus, a Igreja está preocupada com a vida dos pobres, dos oprimidos, dos indefesos, dos marginalizados e dos aflitos em geral. Todos eles foram criados com dignidade e merecem respeito. Aliás, são chamados de “felizes” aqueles que a sociedade e a cultura moderna comumente desprezam.
É interessante observar o que está acontecendo nos últimos tempos: quem procura defender a dignidade do pobre é chamado de “comunista”. Pela Bíblia sabemos que essa era a prática de Jesus de Nazaré. Então, Ele tinha uma atitude comunista. Isso não significa que o Mestre era contra os ricos? Está evidente que não, mas era, sim, contra a exploração praticada impiedosamente contra o pobre.
A Igreja tem sua face assentada em quatro grandes pilares: na fé, na esperança, na caridade e na justiça. Vivenciar esses pilares significa mostrar a beleza do rosto de santidade e de perfeição no seguimento de Jesus Cristo. O cristão precisa estar sempre motivado para superar com determinação as iniquidades que o impedem de ser santo e de mostrar a figura real da Igreja como instrumento de Deus.
(*) Arcebispo de Uberaba