ARTICULISTAS

A Fórmula da razão

A Fórmula 1 passa por momentos difíceis, pois aqueles que não pilotam os carros tentam vencer uma queda de braço onde o esporte está sendo relegado a segundo plano...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:38
Compartilhar

A Fórmula 1 passa por momentos difíceis, pois aqueles que não pilotam os carros tentam vencer uma queda de braço onde o esporte está sendo relegado a segundo plano. De um lado, Max Mosley vem agindo como um ditador e quer a todo custo impor o teto orçamentário de 40 mi. De outro, a Ferrari e suas aliadas Renault,  Red Bull e BMW, que são contra este teto orçamentário, já que ele vem acompanhado de outras medidas para quem o adotar. Se por um lado a Ferrari tem razão ao defender que não se pode correr um campeonato com duas regras ou regulamentos, Max também está certo ao tentar frear os altos custos das grandes equipes. Mas, ele tem outros interesses comerciais junto com a questão do teto orçamentário. As equipes querem diminuir os custos gradativamente. O que é mais lógico, só que estragaria os interesses de Max. Não é fácil cortar despesas de 500 milhões para 40 milhões. Seria mais ou menos o mesmo que você chegar para sua amante, que é mantida com 50 mil por mês, e dizer a ela que no ano que vem sua pensão será de 14 mil mensais. A situação sai de controle na hora. Não vai ser fácil para Max controlar a turma.            Esquecendo o lado chato das disputas políticas da F1, tivemos um final de semana agitadíssimo no esporte sobre rodas. As emoções começaram no sábado à noite, nos EUA. A Nascar disputou uma prova extra-campeonato, A Corrida do Milhão, cujo nome oficial foi All Star Challenge, no quintal das equipes da categoria, em Charlotte, no circuito de Lowe’s Motor Speedway. A corrida tem uma forma diferente de ser disputada e foi bastante interessante. Mas,  como sempre, nas corridas da Nascar o final é de arrepiar e desta feita quem deu o show foram Matt Kenseth e Tony Stewart, A vitória ficou com Stewart.         No domingo de manhã aconteceram disputas quase simultâneas em duas rodas: às seis horas começou o mundial de motos em Lê Mans, na França, com a disputa das 125 cc. A vitória ficou com Julian Simom, que foi quem melhor se equilibrou durante 24 voltas numa pista molhada que vez muitas vítimas. Pra quem assistiu foi até engraçado, pois os tombos eram em série. Com a vitória, o hispânico assumiu a liderança do campeonato.            Mais ou menos na hora da largada da 250cc, na França, começava A Super Bike, na África do Sul, no jurássico autódromo de Kyalami, que comentaremos depois. Voltando ao mundial de motos, a categoria 250cc, que sempre é ótima de assistir, foi um tanto quanto tranquila, mesmo sendo disputada em piso totalmente molhado. Culpa de Marco Simoncelli, o campeão do ano passado, que é uma cópia de Valentino Rossi, nada a ver no visual. Simoncelli assumiu a ponta no início e chegou a colocar vários segundos de vantagem sobre seu mais próximo oponente. O resto da turma remou e lutou para chegar e muitos caíram. O lance polêmico da prova foi protagonizado por Alex Debón e Tomas Luthi. Luthi vinha tranquilo em segundo, quando sentiu que Alex se aproximava, mas continuou na sua trajetória de tangência normal da curva, quando de repente, Debón ao se aproximar perdeu a frente de sua moto, foi ao chão e na sequência derrubou o pobre do Tomas, que estava contornando o meio da curva. A corrida acabou para os dois e um foi de graça. Já na categoria rainha, a Moto GP, o piso estava úmido, mas com algumas poças localizadas e assim a organização declarou corrida com chuva e todos largaram com pneus para pista molhada. E aconteceu algo raro de se ver nos últimos anos, Valentino Rossi errou e chegou no último posto da prova. Lorenzo ganhou merecidamente, pois foi o mais eficiente, tanto com pneus de chuva como de pista seca. Na Moto GP, pra quem não sabe, não se troca de pneus, troca-se de moto. O piloto entra no boxe com uma moto e muda para a outra, com o pneu adequado para o momento. Rossi realizou essa troca muito cedo, já que não conseguia acompanhar o ritmo de Lorenzo, e foi copiado por Pedroza e Melandri. Logo Rossi foi ao chão e caiu para o fim do pelotão. Voltou aos boxes, trocou de moto, mas seus tempos de voltas eram altos e novamente voltou aos boxes, para mais uma troca. De nada adiantou tanto esforço, pois não marcou nenhum ponto. Lorenzo venceu. Mas, a sensação do dia foi Marco Melandri, que chegou em segundo numa moto semioficial. Melandri demonstrou não ter esquecido como acelerar, o que muitos pensavam depois de sua péssima temporada na Ducati. Dany Pedroza chegou em terceiro, apesar de errar na tática, como Rossi.   A Super Bike é uma categoria disputadíssima, onde correm muitos ex-pilotos da moto GP, além de jovens pilotos que se destacam na SB e sobem para Moto GP. É uma categoria com motos mais próximas daquelas que podemos comprar nas lojas. Normalmente, estamos acostumados a ver pilotos europeus, americanos, australianos e até brasileiros nas motos japonesas, mas o contrário é raro. No entanto, este ano a Ducati resolveu importar um japonês, e da Yamaha, Noriyuki Haga. E não é que deu certo, Haga venceu as duas baterias em Kyalami e é o líder do mundial. A Yamaha, irritada com a falta de patriotismo de Haga, respondeu com a contratação de um jovem americano, Ben Spies. O cara é rapidíssimo e já ganhou cinco baterias até agora, mas ultimamente tem sido traído pela própria Yamaha. Na primeira bateria estava com um pneu traseiro muito macio, mesmo assim deu um bom trabalho na dupla da Ducati. Na segunda, foi traído por um problema mecânico. Em seu primeiro ano, Spies tem assustado a concorrência, mas o campeonato caminha para as mãos de Haga, com 85 pts de frente sobre Michel Fabrizio e 82 sobre Spies.          Nas quatro rodas e no Brasil foi realizada a quarta etapa da Stock Car V8, em Santa Cruz do Sul, que teve merecidamente a vitória de Max Wilson. Wilson é mais um dos muitos brasileiros que tocam muito, mas não conseguiram chegar na F1 por falta de dinheiro. Fez sucesso nas categorias menores na Europa, depois foi para a Inddy em equipes fracas, e ultimamente esteve na Austrália. Na F Truck, vitória incontestável de Felipe Giaffone.   Neste próximo final de semana serão realizadas duas das maiores provas do automobilismo mundial, as 500 Milhas de Indianápolis e o GP de Mônaco. E também na Nascar, a etapa de maior duração do campeonato, as 600 Milhas de Charlotte. Para as 500 Milhas estamos bem representados, com Helinho Castroneves na pole e mais uma penca de brazucas. O fato triste ficou por conta de Max Wilson, que conseguiu classificar o carro no último dia, mas teve de ceder a vaga ao companheiro de equipe, que leva o patrocínio para a equipe Conquest. No GP de Mônaco, onde o braço conta mais que um ótimo carro, nossos representantes devem se dar bem. Mas, lá o que conta mesmo é a classificação. Fora isso, só uma chuvinha para mudar a história.   Uma ótima semana a todos!

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por