Uberaba precisa repensar a legislação referente à concessão de táxi, urgentemente, e os proprietários de táxis repensarem a qualidade da prestação de seus serviços. Não sei se devem aumentar o quantitativo de concessões ou quebrar o seu monopólio, mas, com certeza, devem qualificar a sua prestação de serviço. Todo profissional precisa de ser valorizado, isto faz bem a sua saúde mental, é apropriado à boa prestação de serviço e é sinônimo de civilidade. No entanto, é inadmissível você pagar por algo e ser tratado às avessas e até mesmo com descaso. Quando se fala ou se escreve sobre um tema profissional, sempre há aqueles que não se enquadram os que ficam aborrecidos, mas os desleixosos não estão nem aí. Se se incomodassem, não seriam desleixados, mas é preciso não se render a eles e ter a clareza de que exceções existem, conquanto tenhamos que apontar os pontos falhos, falar sobre aqueles que depõem contra a cidade e o transporte. Sim, contra a cidade, porque vários turistas andam de táxi e os táxis são uma variável em nosso sistema viário, externam a cultura de uma cidade.
A frota de táxi de Uberaba está sucateada, na sua maioria, andamos em táxis cuja manutenção representa mais a ganância do que o bem-estar dos usuários. Parece-me que ficamos parados no tempo e pouco se fez na paisagem urbana e nada se inovou na eficácia da prestação de serviços. Ficamos focados no céu, não nos preocupamos com a estrutura de escoamento urbano e as suas variáveis. Veja a nossa sinalização viária, é extremamente arcaica, para não dizer desumana, porque nunca se preocupou em desenvolver um plano de sinalização que atenda aos que aqui se aportam. Talvez se pensasse que não seria preciso sinalizar as ruas, porque somente nós é que deslocamos pelas ruas sem observar a sinalização, porque deslocamos por intuição repetitiva, passamos pelos mesmos lugares, sempre. Pois bem, a cidade cresceu e ficamos no contrapé desse crescimento, arcamos agora com os prejuízos morais da nossa imprevidência, da nossa omissão no planejamento urbano. E o serviço de táxi é um de seus legados. Como poucos utilizavam desse serviço, pouco ou nada se exigiu deles, sem falar no hábito de levar e buscar aqueles que chegam a Uberaba. No entanto, como sempre, haverá esse hábito, não se deve utilizá-lo como justificativa de falta de critérios na hora de cobrar dos usuários, da higienização de seus carros ou de seus condutores, da utilização do nível de velocidade que atente contra a segurança daqueles que estão dentro ou de fora dos táxis.
Os mototaxistas também não respondem pela diminuição do acesso à frota de táxis. Seus usuários são públicos distintos. Está na hora de uma legislação moderna, incentivadora, cerceadora dos que não são do ramo, punitiva aos exploradores de motorista e saneadora dos hábitos indesejáveis, sem se esquecer, contudo, da uniformização tão necessária de nossa frota de aluguel.
(*) Professor