Cronistas semanais devem prestar atenção aos acontecimentos de seus dias, sob o risco de perder seus leitores e oportunidades. Aqui neste Brasil, feliz ou infelizmente
Cronistas semanais devem prestar atenção aos acontecimentos de seus dias, sob o risco de perder seus leitores e oportunidades. Aqui neste Brasil, feliz ou infelizmente, assunto é coisa que não falta, seja pelo lado bom, seja pelo que de ruim as TVs e jornais estão cheios. Vamos lá! Na fartura da semana escolhi comentar o caso da Geisy Arruda – aquela mocinha da universidade Uniban. Penso que todo mundo acompanhou esta tragicomédia brasileira, mas tem sempre um que chega atrasado, e para este vai minha recordação. Geisy, meu amigo, é aquela garota loura, que foi pra sua escola usando um vestidinho colante de “miniminissaia”. Pra usar a linguagem popular da juventude, Geisy era muito boa, uma máquina de mulher montada em cima de duas coxas espetaculares. Ela sabia disso e, dentro do espírito atual, deve ter caprichado no andar, exibindo seu material – coisa, aliás, dos tempos modernos, onde a propaganda é a alma do negócio. Deu-se mal. A turma da universidade devia estar enfastiada, afinal, a livre convivência da juventude atual vai além das roupas, das coxas e provocações – eles sabem e fazem de tudo, antes escondido e fim de semana, agora qualquer dia ou hora. Não se sabe quem ou qual, mas de repente um colega assobiou, outro soltou uma maldade verbal, alguma feiosa ou invejosa estimulou, e a turba cercou a moça – um festival de grosserias e ofensas humilhantes. Sofrida física e moralmente, Geisy não reagiu – bateu em retirada, ainda apupada por seus colegas universitários ou professor. No noticiário ela quase foi comparada àquela pecadora que Cristo salvou de ser apedrejada. Mais engraçado (?): o Conselho Universitário proibiu sua volta às aulas, uma verdadeira expulsão. Confesso-lhes que fiquei confuso, sem saber se ria ou se chorava. Vejo diariamente esta juventude: garotões massudos que não estudam porque fazem cultura física na Academia. Na orelha um brinco cintilante, braços e pernas exibindo tatuagens sugestivas e provocantes, cabelos em penteados e cores desconhecidas, muitos já massageando no bolso a pedrinha de crack do fim da tarde. As garotas enfiam piercings em todo lugar visível ou invisível, loiras alisadas em água oxigenada, pinturas... e também tatuagens descendo pelo rego das costas. Aqui me pergunt com que autoridade crucificaram esta Geisy? E os professores do Conselho são exemplos de moralidade universitária, dos casamentos e da fidelidade acasalada? Bem, em resumo, considero encerrado tristemente o caso Geisy. Voltando a Cristo, eu perguntaria quem teria autoridade para jogar a primeira pedra – afirmando que eu não seria. Agora o Conselho revogou a expulsão, querem passar por boa e justa gente... Mas: e a tal garota de minissaia? Terá coragem de voltar pra escola, sua universidade e possíveis sonhos? Duvideodó, como falava a Nenzica. Mesmo sendo loura, Geisy não será burra a este ponto. Ponto final.
(*) médico e pecuarista