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A grande virada

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 09/03/2011 às 11:44Atualizado em 17/12/2022 às 07:09
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Esta época de carnaval me permite esquecer que existe uma vida diferente daquela que levo durante o ano. Sendo assim, tentarei ficar longe do telefone, celular, fax, e-mail e, por falar em e-mail, longe do meu maior companheiro dos últimos tempos: o computador.

Não tenho raiva desse aparato, mas, de uns tempos para cá, senti que é difícil viver sem ele. Para falar a verdade, morro de medo de, um dia, em vez de levar um jornal para o banheiro de manhã (para ler), ser obrigado a levar um netbook ou iPad.

Não tenho raiva ou medo das novidades. Pelo contrário, mas tem umas coisinhas que acho que deveriam ser preservadas, dentre as quais o jornal impresso, que não deveria desaparecer.

Mas, voltando ao assunto principal, como vou ficar longe de toda essa tecnologia, sem ter como enviar uma nova matéria para o Jornal da Manhã, nesta semana vou reeditar uma coluna que foi publicada no JM em 2005. Espero que gostem!

Todos no Universo da F-1, no início e durante a temporada de 2005, achavam que a equipe Red Bull era forte somente no marketing, ou estaria mais interessada em ser diferente do que eficiente, pois eles haviam transformado o paddock num ambiente mais agradável. Pelo menos na área de seu motor-home. Que ficou celebre como o melhor e mais divertido lugar dos boxes de qualquer circuito do mundo.

Metidos. No meio da F-1, todos que trabalham ou vivem dentro deste mundinho odeiam o ambiente hermético, falso e cheio de gente metida, que se acha dona da razão e até do mundo porque possui uma conta bancária recheada de (muitos e muitos) dólares ou euros.

A equipe do touro vermelho, a Red Bull, teve como grande mérito relaxar este ambiente carregado.

Direitos iguais. Pois convidava cada integrante do circo, do ajudante de mecânico mais novato ao heptacampeão mundial, a se divertir um pouco, a rir um pouco de si mesmos e também da própria categoria no belíssimo espaço que ela criou dentro do paddock.

Mentalidade. A equipe conquistou 34 pontos nas 19 etapas disputadas. Nenhum pódio e um discreto sétimo lugar entre as equipes, mas ainda assim foi eleita como o melhor acontecimento do ano de 2005 por grande parte dos jornalistas especializados. Logicamente que não foi pelo desempenho que tiveram nas pistas (mesmo ainda que este tenha ficado bem acima do esperado), mas pela maneira de encarar e interagir com o ambiente do paddock. Enfim, a maneira da Red Bull fazer F-1 mudou a cabeça da Fórmula 1.

2005. No final da temporada de 2005, a Red Bull comprou a Minardi e promete fazer dela uma equipe escola para os jovens talentos que eles descobriram mundo afora e especialmente nos EUA. Mercado altamente cortejado pela equipe e pelo Verme Ecclestone. Scoty Speed é a maior aposta deles nesse mercado, mas, ao vermos o programa da equipe para pilotos iniciantes, podemos concluir que estão jogando muito sério.

Grande cartada. A Red Bull, para espanto de muitos, é uma equipe que demonstra que veio para jogar duro mesmo. Se no marketing eles eram insuperáveis, agora mostraram as garras pra valer, pois contrataram Adrian Newman, o mago dos projetistas dos últimos anos. O chefe da equipe, Christian Horner, chegou a declarar que preferia ter Newman na equipe do que Michael Schumacher.

Novos ares. Após oito anos e meio de uma parceria de sucesso com a McLaren, o projetista resolveu assumir novos desafios. E como não é bobo, deve ter enxergado que a equipe veio para ganhar a qualquer custo. E por falar em custo, ele deve ter levado uma boa grana para fazer essa troca.

 

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