(A crônica que você vai ler não é de minha autoria, está entre aspas. Foi-me enviada por um e-mail. Gostaria de saber quem escreveu coisa tão sensata.)
“Cada vez mais tomo consciência de que os anos de vida que me restam são cada vez menos numerosos do que os anos já vividos. Enquanto a vida vai passando, cresce dentro de mim uma percepção muito viva da realidade. Vou percebendo melhor o que é realmente essencial, o que merece, na verdade, ser levado em conta.
Já não tenho mais tempo para lidar com mediocridades. Não quero tomar parte em reuniões onde desfilam a mediocridade, a nudez interior, os incapazes de tomar decisões rápidas e sábias. Não quero confidências com os incapazes de descer do muro em gestos de coragem. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, seus talentos, seus méritos. Já não tenho tempo para procurar facilidades e colecionar inutilidades. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre as vidas alheias que nem fazem parte da minha. Não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade, são imaturas e vazias. Detesto fazer acareação de desafetos que brigam por cargos, posições e poder. Não tenho mais tempo para pessoas que não debatem conteúdos, apenas rótulos e posição social. Estou cansado dessas pessoas que dão importância apenas aos títulos e comendas. Quero apenas dar importância ao que tem valor. Quero viver ao lado de gente humana, muito humana, gente que saber rir de seus tropeços, gente que não se encanta com seus triunfos, que não se considera eleita antes da hora, que não foge de sua mortalidade, gente que defende a dignidade dos marginalizados e deseja tão somente andar ao lado de Deus. Detesto os mentirosos, os falsos, os difamadores, os caluniadores. Gosto de andar perto de coisas e pessoas de verdade, de coração bom, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes. Isto nunca será perda de tempo. Só o essencial faz a vida valer a pena.”