ARTICULISTAS

A juventude está acordando

As décadas de 50 e 60 foram épocas

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 23/06/2013 às 14:11Atualizado em 17/12/2022 às 09:35
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As décadas de 50 e 60 foram épocas em que a juventude era bem politizada. As faculdades de Uberaba tinham seus Diretórios, eleitos por votos, onde eram discutidos  os problemas do Estabelecimento de Ensino como  também a situação política do Brasil. Os alunos do Curso de Direito agrupavam-se no Diretório Acadêmico Leopoldino de Oliveira (Dalo). Os acadêmicos de Medicina formavam o Diretório Acadêmico Gaspar Vianna. É bom lembrar que os acadêmicos não levavam pedras, bombas e outros objetos de violência. Não havia baderna nem problemas com militares. O objetivo das reuniões era discutir os problemas da Faculdade e a situação política do país.

Também a Igreja formava grupos de estudantes. Além da evangelização, estudavam os problemas nacionais. Eram a JUC (Juventude Universitária Católica) e a JEC (Juventude Estudantil Católica). Os estudantes secundários elegiam anualmente um grupo central (UEU) para coordenar as decisões gerais. Não eram apenas grupos literários. Conheciam os problemas sociais do Brasil e discutiam sobre o que poderiam fazer em sua área. Eram politizados.

Com o Golpe Militar de 1964, esses grupos foram dissolvidos pelos militares. Muitos jovens foram presos, torturados. Mais do que ist muitos deles foram mortos. Os militares criaram um slogan: “A missão do estudante é estudar.” Foi assim, pela violência, pela tortura e pela morte que aniquilaram o ideal estudantil de participar ativamente na política nacional. Os professores chamados de “esquerda” foram simplesmente demitidos, perseguidos e permanentemente vigiados.

Qual foi o resultado? Com o tempo a juventude foi perdendo o interesse pela política e afastou-se de  toda participação. Política era coisa para adultos. Quanto aos estudantes, procuraram outros centros de interesses.

Parece-me que agora começaram a tomar consciência da realidade. Perceberam que as coisas pioravam cada vez mais. A corrupção política generalizava-se cada vez mais. O interesse do governo era reeleger-se no próximo ano. Novos Ministérios eram criados e nomeados Ministros incompetentes. Grandes verbas eram desviadas para interesses das grandes empresas. Bilhões de reais eram torrados na melhoria dos estádios esportivos. Enquanto se erguiam esses monumentos, a saúde estava piorando, a falta de segurança dançava solta, a educação era esquecida, obras bilionárias eram iniciadas e nunca acabadas, os grandes corruptos dentro do governo eram julgados, condenados e continuavam soltos dando risadas. Baderna geral.

Foi então que o povo acordou. A tolerância chegou ao fim. Deu no que deu. Promoveram passeatas de protesto, levantaram bandeiras de acusações, gritaram por Justiça. Infelizmente um grupo de baderneiros se misturou provocando os militares a tomar atitudes violentas. Mas, o recado foi dado. Alguma coisa vai ser mudada.

Para terminar: onde andam a Dilma e o Lula? Não fazem nada? Não dizem nada?

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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