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A pena e a espada

Nosso querido Jornal da Manhã completou neste mês 44 anos de existência. Seu nome era outro...

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 31/07/2016 às 12:24Atualizado em 16/12/2022 às 17:55
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Nosso querido “Jornal da Manhã” completou neste mês 44 anos de existência. Seu nome era outro. Era “Correio Católico”. Faz anos, muitos anos em que se deu tal mudança. Em 1935, eu, um garoto de 12 anos, entrei na redação daquele jornal pela primeira vez. Lá trabalhavam o Danilo França, o Natércio e o Orlandino. Na Praça Dom Eduardo, no pátio em frente ao Seminário São José, havia duas pequenas construções. Numa delas funcionava a Cúria Diocesana, onde trabalhava Mons. Thiago, o Vigário Geral da Diocese. Na outra, à esquerda de quem entrava, estavam as oficinas do Correio Católico, jornal semanal. Fiquei admirado vendo a paciência daqueles funcionários colocando as letrinhas de metal, uma por uma, numa prancheta retangular. Depois de tudo bem enquadrado e amarrado, o quadro era colocado na impressora.

Foi nesse jornalzinho que escrevi minhas primeiras crônicas, em 1956, quando estudava nos Estados Unidos e, a pedido do Padre Armênio, fazia pequenos comentários sobre a vida naquele país.

Muitos anos mais tarde, aquele pequeno hebdomadário transformou-se em diário, passando a funcionar num salão, ao lado da Igreja Catedral. Lá trabalharam os Padres Hyron Fleury Curado, Antônio Tomás Fialho e José Armênio Cruz, o diretor. Idealista e inteligente, transformou o pequeno jornal semanal num grande diário, noticioso e moderno. Seu lema era: "A pena é mais forte que a espada". Na redação estavam César Vannuci, o Joel Lóis, o Jorge Zaidan, Mário Salvador (“Tio Mário”), Guido Bilharinho, Santayana e muitos outros. Um grupo muito bom. Durante anos mantive no jornal uma coluna de crítica cinematográfica e participava na pagina de esportes, sob o pseudônimo de Prado Neto.

Aquele jornal se dava ao luxo de possuir um time de futebol. Nele jogavam o Jair (do Fabrício), o Sultan Mattar (do Nacional), o Licinho (do USC), Padre Prata e alguns outros. Ainda guardo essa foto.

Com o tempo, foi ficando difícil manter aquele jornal. Havia dívidas. A Arquidiocese não sabia mais a quem apelar. Dom José Costa decidiu vendê-lo, desagradando a muitos. A venda foi realizada em 1972. Com outro nome e com outra direção, o jornal firmou-se financeiramente. Doutor Edson Prata, uma das grandes culturas de Uberaba, e sua equipe montaram um jornal moderno, mais aberto e ágil. Com o tempo vieram as cores, vieram os recursos da informática e o jornal não deixou mais de crescer, tornando-se um dos maiores e melhores diários do interior. O nosso jornal.

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