ARTICULISTAS

A polêmica das apostilas

Tento exercitar minha capacidade de analisar uma questão

Vera Lúcia Dias
veludi@terra.com.br
Publicado em 27/06/2014 às 20:30Atualizado em 19/12/2022 às 07:08
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Tento exercitar minha capacidade de analisar uma questão por todos os seus ângulos, mas não consigo entender o interesse de um vereador em questionar a interrupção da compra de apostilas de escola particular para a rede municipal de ensino, a ponto de “convocar” a secretária de Educação para explicar sua discordância dessa prática advinda da gestão anterior.

Que pese não estar em jogo a qualidade das apostilas, não deveria estar em jogo também a competência da secretária Silvana Elias para decidir sobre tal questão baseando-se em critérios técnicos, pedagógicos e financeiros.

Afinal de contas, economizar mais de dezenove milhões de reais em livros que o governo distribui em todo o país pelo PNLD – Plano Nacional do Livro Didático, para justificar o argumento de alguns pais que, segundo o vereador, “tiveram interrompido o sonho de ver os filhos estudando com livros de escola particular” é, no mínimo, um grande equívoco.

Falo dessa questão pisando em terreno conhecido. Fui – tenho dificuldade em conjugar este verbo no tempo passado – educadora na rede municipal por quarenta anos e tenho a grata surpresa de ver meus ex-alunos saindo-se muito bem nas profissões que escolheram.

Utilizo, com frequência e sem medo, seus serviços como médicos, dentistas, bancários, advogados, contadores, empresários, etc. Isto sem falar naquelas e naqueles que também se tornaram educadores e hoje se destacam como professores, diretores escolares, pedagogos e técnicos na própria Secretaria de Educação e todos eles estudaram nos livros do MEC!

Para quem desconhece, tais livros são elaborados por especialistas das diferentes áreas de ensino e cada escola pode analisar e escolher aqueles que consideram melhores e mais adequados à sua realidade.

Agora, vamos e venhamos: Quem garante que a qualidade do ensino depende só de livros ou apostilas? E onde fica a importância do espaço físico, do mobiliário e equipamentos adequados e da competência do professorado, por exemplo?

Será que os dezenove milhões gastos em apostilas não poderiam ter sido destinados a estes outros pilares do sucesso escolar?

Que me perdoem os pais que acionaram o vereador, mas talvez estejam precisando valorizar mais a escola de seus filhos e focar seus sonhos em questões que realmente façam a diferença no sucesso futuro de seus filhos.

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