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A propósito de gatos

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 01/04/2014 às 12:05Atualizado em 19/12/2022 às 08:22
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Durante anos, tivemos gato em casa. Às vezes, mais de um. E sempre receberam atenção e cuidados dignos de um animal. Hoje, porém, não tenho, dentro de casa, mais nenhum felino. Em verdade, humanos não têm gatos. Os gatos é que são os donos do pedaço onde vivem, impõem condições e buscam o melhor para si. Se querem brincar, é melhor acatarmos a ideia. Mas se o dono deseja brincar e o bichano não, é melhor esquecer.

Ao longo dos anos, gatos alegraram minha família. E deles nos lembramos com saudades. O Gato Maluco, por exemplo, era assim chamado pelas peripécias que aprontava. Uma delas, em especial, fazia-nos rir: ele se divertia com a água. Ficava na frente da água corrente, ora dando tapinhas na saída do jorro da mangueira, ora rolando diante dele, num banho especial. Outro simpático bichano atrapalhava-nos a leitura, deitando-se sobre o jornal ou revista que acabávamos de abrir sobre a mesa para ler. Queria carinho, uma coçadinha na barriga.

Como tudo na vida tem um porém, os bichanos nos deram, também, muitas tristezas. Uma gatinha nossa morreu atropelada na frente de casa. Foi muito triste pegá-la na rua e enterrá-la no quintal. Entretanto a última pá de cal, que me fez despedir dos felinos, foi a morte dolorosa de uma linda gata peludinha. (Uma fofura!) Como, um dia, parecia abatida, levei-a ao veterinário. Ela estava com câncer. Passou por uma cirurgia e, quando já parecia curada, adoeceu de novo e não resistiu a uma nova operação. Então desisti de criar bichanos e me despedi dessa empreitada.

Na área onde moro há muitos gatos. Alguns passeiam por meu quintal (verdadeiro paraíso), sobem em telhados e muros, desaparecem, mas invariavelmente voltam. Uma vez recebi em casa um amigo que, por acaso, foi com sua enorme cachorra ao quintal. Foi uma correria de gatos! Os felinos desapareceram por um bom tempo. Contudo, volta e meia, reaparecem. Meu costumeiro processo de os espantar fazendo aquele som de chiiip, não tem adiantado. E os bichanos incomodam todo mundo na área. De vez em quando, aguando as plantas, acabo dando banho em algum felino desavisado. Receio até existir entre eles algum Gato Maluco, que goste de banho.

Amo gatos, porém, depois de minha resolução, torço para desaparecerem de vez, já que têm acesso apenas ao quintal e, claro, aos telhados e muros. Mas dentro e ao redor de casa, definitivamente, não quero mais saber de felinos. Duas mortes já me bastaram para desistir deles, pois a tristeza de os perder é bem maior que a alegria de os ter. Coisas que a vida ensina.

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