ARTICULISTAS

A propósito do mensalão

Brasil é o país da piada pronta. Sorte dos humoristas

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 17/09/2013 às 19:30Atualizado em 19/12/2022 às 11:02
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Brasil é o país da piada pronta. Sorte dos humoristas ligados ao cotidiano. Quando a novela do mensalão foi virando piada, ressurgiu nas rodas de amigos uma historinha que tem tudo a ver com as últimas notícias do que vive hoje o sistema Judiciári

Um cidadão foi à casa de um juiz, apresentou-se como parte de um processo a ser julgado pelo magistrado e se declarou inocente. Depois de ouvir atentamente os argumentos do homem, o juiz lhe afirmou: “O senhor tem razão!” Contente da vida, lá se foi o cidadão. Pouco depois, outro homem, interessado no mesmo processo, também foi à casa do juiz, relatou o mesmo caso e apresentou seus convincentes argumentos. A ele, disse igualmente o juiz: “O senhor tem razão!” Vendo o homem todo alegre tomar o caminho da rua, a esposa do magistrado, confusa por ouvir o esposo dar razão aos dois reclamantes, afiançou: “Não é possível que os dois tenham razão no mesmo caso.” E o juiz, tranquil “Você tem razão!”

Essa história ficou tal e qual a novela do mensalão. Nas mesmas circunstâncias, com os mesmos autos na mão, cinco doutos e competentíssimos ministros votaram a favor dos réus. Entretanto, debruçados sobre os mesmos papéis, outros cinco também competentíssimos ministros votaram contra as pretensões dos acusados. Mera coincidência com a tal historinha. Amanhã caberá ao decano do STF, ministro Celso de Melo, desempatar a contenda e proclamar qual lado ele julga ter, realmente, razão.

Nem o melhor novelista teria condições de criar clima tão especial para o fim desse capítulo da novela “O Mensalão”. Trata-se de final apenas de capítulo, já que a novela vai continuar. Se o processo vai se desenrolar por mais dois ou três anos, não se sabe. Também não se sabe se os já condenados terão penas reduzidas ou não, se as cumprirão em regime fechado ou aberto, e se algumas condenações estarão prescritas ao fim do processo. O desfecho dessas e de outras tantas situações legais coincidirá com o final dessa trama, que merece mesmo ser chamada de novela, uma vez que vai, surpreendentemente, espichando-se no tempo.

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