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A serviço do bem

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 19/08/2022 às 20:49Atualizado em 18/12/2022 às 14:52
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É possível entender a palavra “bem” em vários sentidos, dependendo de que ângulo olhamos e da intenção de quem o faz. Até os assaltantes podem dizer: “Queremos fazer bem feito tudo o que planejamos”. Assim dizemos que o bem significa realizar as coisas com perfeição, dentro da exigência a que foi previamente proposta. O bem é serviço de grandeza ou de destruição do valor da vida.

Nesta dimensão podemos refletir sobre o sentido da missão, da vocação e de compromisso na construção do mundo. Dizemos de vocação na Igreja e na sociedade civil. É a busca do bem comum, contribuindo com a dignidade da pessoa humana para que viva bem e de forma saudável. Todas as pessoas têm a missão de guardiãs e de cuidado dos bens da criação para facilitar uma sociedade sadia.

A vocação cristã é fruto de um sim consciente e livre, que uma pessoa realiza, projetando algum caminho que contribua com sua própria realização e de construção do bem dentro da sociedade. Dizemos que é uma desafiante colaboração para a execução do projeto de Deus em relação à história de vida do povo. Compromisso que supõe doação, oblação, coragem e força de vontade.

Todas as instituições sociais devem ter como alvo trabalhar para a construção do bem, mesmo que seja restrito dentro de seus objetivos. Devemos até dizer que existe uma vocação própria das instituições, porque normalmente não são criadas por acaso, sem objetividade, mas planejadas e projetadas dentro de determinadas intenções, e devemos entender como estando a serviço do bem.

Quando se realiza um serviço para a construção do bem, não é correto ficar apenas com as aparências, sem considerar a identidade de quem trabalha. É o aparecer sem considerar o ser, ou a vaidade sem a humildade. O bem não é fruto de propostas vazias, mas compromisso e serviço com resultados de benefício para o outro. Assim fez Maria quando visitou Isabel para auxiliá-la (cf. Lc 1,39-56).

Colocamos aqui em evidência a vocação dos religiosos e das religiosas na vida da Igreja. É um sim feito a Deus, com muita liberdade e responsabilidade, que muda muito a própria existência de vida das pessoas, mas sempre com o compromisso de construir o bem nas comunidades por onde passam e servem. A Igreja entende isto como riqueza de serviço para ajudar na construção do bem.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba

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