ARTICULISTAS

A vida dos cupins

Em algum tempo, transcrevemos neste espaço

Manoel Therezo
Publicado em 20/04/2013 às 20:12Atualizado em 19/12/2022 às 13:30
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(Primeira parte)

 

Em algum tempo, transcrevemos neste espaço “A Vida das Formigas Saúvas”. Lemos no livro “Pelas Rotas do Espiritismo” do professor Carlos Peppe, interessantes informes sobre a Vida dos Cupins, ou (térmitas), que os zoólogos classificam como inseto de seis patas. Seguimos suas informações, selecionando trechos, adequando-os à medida do espaço de 35 ou 40 linhas por vez como solicita o Jornal. Forçado pela extensão do assunto, ocuparemos dois momentos. Inicia o autor dizend “Imaginemos um naturalista estudando um pedaço de mato, como o cerrado; de súbito topa com montículo de barro formado, resistente aos ventos, as chuvas e outras agressões; mas curiosamente senta-lhe o pé desmanchando aquele monte de terra endurecida e ressecada. Surpreendentemente depara-se em seu interior um emaranhado de canais envernizados, de cor escura por onde transitam animaizinhos esbranquiçados semelhantes a formigas. Trata-se de uma colônia de térmitas (cupins). Há uns poucos milhões de anos, viviam expostos à flor da terra, como insetos *nômades. Dotados de um corpo suculento e frágil, tornavam-se presas fáceis e preferidas das aves, formigas e doutros predadores. A luta pela sobrevivência era insana. Pelo instinto de defesa, aprenderam a viver escondidos em galerias subterrâneas, livrando-se da caçada impiedosa dos inimigos naturais. Para isso, obrigaram-se a muitas modificações corporais a esse tipo de vida enfurnada na escuridão do subsolo. Em razão do escuro do subsolo, no escoar do tempo, sofreram atrofia dos olhos, ficando cegos. Apesar disso, pelo desenvolvimento da hipersensibilidade das antenas, movimentam-se desembaraçados, pressentindo obstáculos a uma boa distância do corpo. Devido a cegueira, as galerias são revestidas de uma espécie de verniz e mantidas rigorosamente limpas. Transitam por esses túneis sem atropelos. Ao se obrigarem a viver assim isoladas, tiveram que resolver um sério problema da alimentação. Passaram então, alimentar-se de *celulose das madeiras secas—mas, pela sua natureza orgânica, não era assimilada. Os *protozoários que vivem no intestino do Cupim, resolveram a situação. O Cupim come a madeira que é alimento para o protozoário e este, a transforma em proteína assimilável pelos cupins, assim, um beneficia o outro. Esta troca é denominada de “Simbiose”. Como os protozoários não resistem variações amplas de temperatura os Cupins ou (térmitas), controlam a circulação do ar e a umidade, mantendo a temperatura estável ao conforto dos protozoários; aliás, os homens também fazem isso usando ar condicionado para o seu conforto particular. Mesmo cegos, os Cupins  percebem a claridade e fogem dela. Quando algum raio de luz invade a termiteira (sua casa), entram em pânico porque significa existência de abertura, anunciando invasão de predadores, principalmente as temíveis formigas. Quando isso ocorre, os soldados se encarregam da defesa do ninho. São ligeiros e demais valentes. Quando se atarracam com a formiga agressora, cravam-lhe as mandíbulas e não as soltam até mata-la. Há soldado em que a cabeça assume a forma de seringa que, ao invés de atarracar-se com a formiga, solta uma substância tóxica capaz de paralisa-la.”

*-Nômade-Indivíduo que vagueia, sem habitação fixa.

*Celulose-Substância branca encontrada na madeira.

*Protozoários-seres formados por uma só célula.

Continua sábado, dia 27/abril e finda-se.

 

(* ) manoel_marta@hotmail.com

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