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Absolvição de Helinho Castroneves

A fama da Justiça dos EUA em relação a assuntos ligados ao imposto de renda é de que é das mais severas do mundo

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 06/01/2010 às 10:19Atualizado em 17/12/2022 às 05:44
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   A temporada de F-1 de 2009 teve vários fatos marcantes. Primeiro, começou com um campeão moral (coisa da cabeça de alguns brasileiros), o Felipe Massa, assim considerado depois do revés de Interlagos em 2008. Na mente de muitos foi a temporada em que o anão derrotou o gigante. Isto é, uma equipe estreante, a Brawn derrotou as grandes Ferrari e McLaren e, de quebra, a Renault e a BMW.      A verdade era bem outra, pois a Brawn não passava da velha Honda, sem o patrocínio japonês e equipada com um motor bem melhor. Que, além disso, concebeu um carro fora do regulamento e que aprovado pela FIA, que estava em guerra com as grandes, ou seja, a Fota. O que, aliás, proporcionou o grande sucesso da equipe. O regulamento em questão é mais um acordo de cavalheiros, que o projetista tinha há mais de quinze anos, de não produzir um carro com furos no assoalho.      Outro fato importante para o automobilismo de 2009 foi a absolvição de Helinho Castroneves na Justiça dos EUA. Não apenas importante, mas também relevante. A fama da Justiça dos EUA em relação a assuntos ligados ao imposto de renda é de que é das mais severas do mundo. Al Cappone descobriu isso quando ainda era rei em Detroit. Helinho venceu o leão americano e, de quebra, ganhou a corrida de maior prestígio da terra do Tio Sam alguns dias depois, as Quinhentas Milhas de Indianápolis.    Voltando ao mundinho da F-1, tivemos o maior “puxa e rasga” entre a FIA e a Fota, assunto que durou muitos meses. Tudo começou no início do ano, quando o “Verme” impôs uma mudança na premiação, mudando do sistema de pontos para o de medalhas, ao dizer para Mosley que havia conversado com as equipes e elas haviam gostado da medida. Assim, ela foi implantada, logo depois, devido à repercussão mundo afora, foi banida. Depois veio a novela de Mosley querendo baixar os custos e fixar um limite muito baixo para os padrões dos gigantes, e ainda querendo impor um motor único. A Fota ameaçou criar um campeonato paralelo. Houve tantos outros detalhes que se fôssemos falar de todos gastaríamos umas cem páginas. O importante é que Mosley foi obrigado a ceder seu cargo, mas muitas de suas ideias e vontades foram implantadas. Briatore que o diga.      Creio que para nós os fatos marcantes foram:       - O pior acidente da carreira de Massa na F-1, nos treinos do GP da Hungria;       - A centésima vitória de um brasileiro na F-1, que teimava em não acontecer e só veio no GP da Europa, já na fase final do campeonato;       - O entrevero em que se meteu Nelsinho Piquet ao revelar o escândalo de Cingapura;       - O fato de Barrichello estar praticamente desempregado no final de 2008 e início do ano seguinte, e depois sentar num carro que podia lhe dar o título de 2009. Podia!       No mundo das equipes começamos sem a Honda. Quem abandonou depois foi a BMW, logo em seguida da Toyota. A Renault não será a mesma, mas continua no circo, mesmo sem a maior parte das ações.    Como Mosley queria, algumas montadoras saíram de cena e entraram muitas equipes independentes. Em 2010 vamos ter um grid cheio de equipes novatas e todas usando o motor Cosworth.    Por falar em Toyota, foi ela quem nos presenteou com a melhor surpresa entre os pilotos estreantes em 2009, Kamui Kobayashi. Kobayashi deu um bom trabalho para Button no Brasil, e voltou a fazer bonito no péssimo Abu Dabi. E ainda conseguiu fazer três pontos em duas etapas.

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