Não está fácil enfrentar a fúria letal do coronavírus. A fase de contaminação desse vírus ainda continua muito alta. Os números continuam preocupantes, causando muitas internações e mortes. Os leitos hospitalares nem sempre são suficientes para acolher a todos. Em determinados momentos, como dizem, pacientes têm que ser transferidos para outros hospitais em cidades mais próximas.
Enquanto Igreja, com a responsabilidade de defesa da vida, todos têm feito seu papel. Muitas paróquias ficaram longo tempo com missas apenas virtuais. Voltou-se agora às atividades presenciais, mas seguindo as exigências sanitárias de distanciamento, uso de álcool gel, máscaras, etc. Muitos perderam entes queridos e vários padres morreram por causa da violência da Covid-19.
Todas as pessoas precisam ficar preocupadas com esse momento crítico da contaminação e número de mortes que estão acontecendo em todas as cidades. É necessário achar caminhos que paralisem o alto patamar de contaminação. Ninguém pode ficar passivo, com irresponsabilidade no agir pessoal, porque a vida é um dom preciosíssimo e carece de ser preservada por todos.
Falamos de compromisso das autoridades legitimamente constituídas, mas, na verdade, a maior responsabilidade mesmo está em nossas mãos, na ação de cada cidadão, porque essas normas sanitárias existem e muitos não dão atenção ao que deve ser feito para evitar a propagação e circulação do vírus, como aglomerações sem uso de máscaras, sem distanciamento; as festas, etc.
Não podemos continuar assistindo passivos à morte de tantas pessoas da comunidade, deixando inúmeras famílias sofrendo a perda de entes queridos. As práticas de nossas vidas precisam mudar para evitar que sejamos internados, sedados, intubados e mortos. Do contrário, o vírus vai tomando novas formas; o sofrimento, aumentando, e a insegurança, afetando o desenvolvimento do país.
A vacina é a esperança que ainda nos resta. Ela não é milagrosa e não impede a contaminação, mas constitui o caminho com possibilidade de imunização. Todos devem ser vacinados para diminuir a possibilidade de internação e morte. A projeção diz que só após 70% das pessoas vacinadas, a pandemia começará a diminuir e a ser controlada no país. Devemos chegar lá. Seja vacinado na sua hora.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba