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Acabooooooou!

Os locutores esportivos acabam imprimindo sua marca, conforme a maneira especial de que se valem para transmitir jogos, como os de futebol.

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:24
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Os locutores esportivos acabam imprimindo sua marca, conforme a maneira especial de que se valem para transmitir jogos, como os de futebol. Consagram gritos originais para cada gol marcado e expressões muito pessoais para narrar os lances e o final da partida.

O título desta crônica remete exatamente à forma como um locutor anuncia o fim do jogo. E ele repete por três vezes o longo “acabou”. Um outro prefere o óbvio e narra enfático... “E fim de jogo!” Um terceiro, dos mais experientes e expressivos narradores, usava uma expressão muito criativa ao final da narraçã “E cerram-se as cortinas do espetáculo!” Imagem lúdica e marcante, sem dúvida. E mais um outro (Permitam-me tantos exemplos...) proclamava: “E fim de jogo! Quem ganhou ganhou. Quem não ganhou não ganha mais!” Leitores plugados lembrar-se-ão dos nomes dos autores dessas frases.

Esses memoráveis desfechos de transmissões esportivas vêm lembrar aos leitores que o ano de 2008 vai se encerrar amanhã, sem que haja a menor possibilidade de acréscimo de alguns minutos ao tempo final, poder que teria um árbitro numa partida de futebol, compensando alguma cera provocada pelos jogadores ou algo inesperado, como falta de energia elétrica no tempo normal do jogo.

Pois é! Impossível acrescentar algum tempo ao ano a fim de compensar aqueles momentos de preguiça, ou um tempo de doença, que não permitiram que alguém usufruísse melhor de cada momento do ano.

As cortinas vão se fechando e o ano se torna velho. Dele só restarão lembranças, agradáveis ou não. Quem ganhou com o ano velho aproveitou. Quem não ganhou não ganha mais. As oportunidades perdidas e a falta de coragem de assumir um posicionamento ficaram no passado. Que as experiências nos sirvam de aprendizado, já que a vida é cheia de lições.

Caminhamos para o fim de um ano em que, como sempre acontece, todos tiveram a mesma quantidade de dias para buscar o sucesso e/ou firmar-se numa boa condição. Um hipotético juiz vai levantar o braço direito e apitar contundente, no último minuto do último dia de dezembro, sinalizando não o fim do jogo, mas o fim do ano, e erguerá o braço direcionando-se não para o centro do campo, mas vislumbrando o ano que surge. Quem ganhou ganhou. Quem não ganhou que passe a lutar por uma vida melhor no ano que desponta, sabendo aproveitar oportunidades.

Se foi um ano profícuo, ou não, não adianta mais fazer qualquer comentário, que o resultado da partida não vai mudar. Principalmente porque o ano acabooooooou!

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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