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Advertência

A propaganda e a publicidade, dois dos inúmeros produtos do marketing

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 09/09/2014 às 19:35Atualizado em 17/12/2022 às 03:46
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A propaganda e a publicidade, dois dos inúmeros produtos do marketing de uma empresa, são mesmo a alma do negócio, uma alavanca para o sucesso de qualquer empreendimento. Para vender um produto ou serviço, é imperioso que ele se torne conhecido do público; é preciso gritar o nome do produto no mercado.

Apesar de o verbo gritar estar no sentido figurado, já houve até uma tendência de gritaria nas propagandas, fato que mais incomodou do que conquistou o consumidor em potencial.  Na verdade, o bom anúncio, o que cai no gosto do povo e se torna memorável, é aquele que, além de informar, é atraente, criativo, bem elaborado e, às vezes, engraçado. Seguindo essa linha, as agências de publicidade brasileiras estão entre as mais premiadas do mundo.

Medicamentos isentos de prescrição também têm suas propagandas. E eles não representam bens comuns, mas bens de saúde, por isso sua propaganda é regulada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e segue leis específicas ditadas pela agência. Mesmo com essas leis, é impressionante a forma como é feita, nesses anúncios, a advertência obrigatória, geralmente ao final deles. Até pouco tempo, uma vez apresentado o produto farmacêutico, um locutor lia pausadamente a advertência (“Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.”), bem como alguma adicional (exempl “Este medicamento deve ser evitado em caso de suspeita de dengue.”).

Como tempo é dinheiro, e na propaganda da televisão o tempo gasto ao se exibir uma imagem ou ler um texto representa considerável quantia, atualmente a advertência fica só alguns segundos na tela e é lida com tal rapidez, que sai mais ou menos assim: “Se pers sin o mé dev ser con...” Em suma, é impossível entender a mensagem. A leitura chega a ser hilária. Se o consumidor quiser, que adivinhe o que diz o divertido aviso. (Soa com Estão satisfeitos? Fizemos o que era obrigatório – avisar -, porém, do nosso jeito – no mínimo de tempo possível.)

É certo que muitos já decoraram aqueles dizeres. E é sabido que a leitura de uma bula, na íntegra, nos faz receosos de usar qualquer medicamento. Felizmente confiamos em nossos médicos e farmacêuticos, que sabem administrar, com propriedade, essa complicada história dos remédios para nós; não somos dependentes, portanto, das propagandas. Falta agora à Anvisa estabelecer o tempo mínimo de duração para a exibição e leitura da advertência. Se o aviso precisa existir, que seja inteligível. Se persistirem os sintomas, a Anvisa que se encarregue de tomar providências.

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