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Afinal – é Natal!

Ao longo dos anos de crônicas escritas ou mesmo apenas cogitadas, sempre termino com o Natal. Não tem outro jeito, esta festa é invasiva, contagiosa, é um momento único

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 15:03
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Ao longo dos anos de crônicas escritas ou mesmo apenas cogitadas, sempre termino com o Natal. Não tem outro jeito, esta festa é invasiva, contagiosa, é um momento único para toda a humanidade – até mesmo para os não-cristãos. Coincidindo com o fim do ano, o Natal de certa forma é um resumo de tudo que foi programado, feito e acontecido ao longo dos meses passados – coisas boas, coisas ruins, alegrias e tristezas. Apesar de todas as mudanças, o Natal ainda representa uma esperança de harmonia e felicidade para nós todos. As pessoas tornam-se mais comunicativas, trocam cumprimentos, os votos clássicos de Feliz Natal e Ano Novo. Os templos de cristandade se enchem, esperanças, orações, pedidos e agradecimentos. Nas ruas os carros de propaganda cantam Noite Feliz, o “jingobel” importado vende brinquedos, roupas, perfumes, sonhos e esperanças. É impossível negar ou desconhecer que este espírito de festa é quase pagão, porque o Menino a nascer é lembrança e motivação, mas a ceia, a bebida, a comida, os presentes trocados ou ambicionados são realidades mais palpáveis e sentidas. Nascido na época em que sapatinhos eram colocados na cozinha, esperando Papai Noel descer pela chaminé e colocar o cavalinho ou a corneta sonhada e pedida, penso que até o Natal atual destruiu com Papai Noel um monte de sonhos e alegrias das crianças. Em minha casa, e graças a Deus, nós ainda mantemos um certo sonho e clima do passado. Minha mãe puxava um terço, suas orações por todos e por tudo – a gente guardava pelos dias futuros uma lembrança e sua saudade. Já não rezamos o terço, mas cantamos, lemos o capítulo de Lucas sobre o nascimento, nos abraçamos emocionados pelo passado e Feliz Natal... e os presentes para a “netaiada”, que ninguém pode esquecer. Aí, e então, eu penso como seria maravilhoso este Natal se todos os avós, pais, filhos e netos tivessem a mesma graça de vivê-lo tão feliz. Saio no meu carro, dou um giro pela periferia, sinto e sofro as diferenças sociais e existenciais. Como ter um presépio, luzinhas brilhando, rezas colocando no berço o Menino que nasceu... e cantar... e uma mesa farta, os abraços festivos... Não, para muitos isto não existe, o que não desaparece é a droga, a violência, as carências e o sofrimento que nosso Jesus Cristo queria abolir, e nós não conseguimos. Penso simples, a garganta não consegue cantar as felicidades que gostaríamos. Mas, quem sabe, no mínimo o Natal nos deixe sonhar, e pensar que um dia a Humanidade vai criar juízo e poder então cantar... e todos os dias serão de Feliz Natal.

(*) médico e pecuarista

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