Afinal, o final

Foi-se a Copa do Mundo de Futebol, com a Seleção da Alemanha campeã do torneio. Na final, Alemanha e Argentina fizeram primoroso espetáculo. Equipes também campeãs do Mundial ficaram pelo caminho. E a Costa Rica, numa chave com mais três campeãs, fez bonito.

Para a Seleção Brasileira, única que participou de todas as Copas, o quarto lugar não foi ruim, por sua derrota no jogo contra a Alemanha e pela falta de organização e empenho. Esperávamos que nossos jogadores estivessem bem preparados, mas foram poucos tentos marcados e muitos sofridos – sofreu a maior goleada em seus 100 anos.

Os erros do Brasil nesta Copa fizeram com que o erro de 1950, quando perdeu só o jogo da final, passasse para segundo plano. Agora, a situação não foi pior porque o treinador da Alemanha, no intervalo da partida contra o Brasil, pediu que seus jogadores tirassem o pé. Mesmo assim, marcaram mais dois tentos, jogando o fino do futebol. A lesão do jogador Neymar, que impossibilitou o craque de participar dos últimos jogos, não pode ser uma desculpa, pois uma seleção não pode ser dependente de um jogador só.

Noticia-se uma virada de mesa no futebol do Brasil, pois a presidente Dilma recebeu representantes do Bom Senso Futebol Clube, formado por jogadores com liderança no esporte bretão, que lutam por mudanças na condução do futebol do Brasil, buscando a proteção da categoria. Dentre os problemas do futebol brasileiro estão o atraso no pagamento do salário de jogadores e a má condução administrativa dos clubes.

Poucos são os clubes com finanças equilibradas, o que fez um deputado propor que sejam perdoadas as dívidas dos clubes para com o governo. (Isso nunca aconteceu, por exemplo, com o empresariado, em relação às suas dívidas por impostos não pagos, débitos previdenciários... o que também seria um caso a pensar, pois se faria necessária uma compensação para clubes e empresários que mantêm finanças em dia.).

Deixando de lado os alarmantes gastos da Copa, citemos pelo menos três ações belas e oportunas, notáveis atos de cidadania, que passaram ao turista uma boa impressão do povo brasileiro. O Hino Nacional cantado pelos torcedores foi digno de nota. Um taxista ganhou dois ingressos de jogos da Copa ao devolver aos turistas que ele deixara num hotel os ingressos de jogos que eles haviam esquecido em seu táxi. E houve brasileiros que ofereceram gratuitamente suas residências a turistas que não tiveram como se hospedar em hotéis.

Foram-se as alegrias e tristezas da Copa. Agora, tocamos a vida já nos preparando para as eleições, que o futuro do país é coisa bem séria.