Depois da ausência no ano passado o GP do Canadá volta ao calendário da F1. E o comissário de pista da vez será o nosso grande Emerson Fittipaldi. O primeiro GP do Canadá foi em 1967. E é uma pista onde o consumo de combustível é alto.
O assunto do momento é o acidente dos carros da equipe do energético. Aquela que tem um touro vermelho como símbolo ou logomarca. O pouco costume como equipe de ponta faz do grupo que tem o melhor carro (novamente nas entrelinhas, Newey), não estar disparada na classificação da tabela. É bem verdade que muitos pontos foram perdidos devido a defeitos do carro e, para complicar, a maioria deles foram no carro do piloto considerado a eminência parda da equipe. Sebastian Vettel é o cara na equipe.
Ou era para ser devido aos resultados que sempre obteve, desde a Toro Rosso. Mas este ano o leão das classificações Mark Webber resolveu ser eficiente não apenas no qualifyne, e começou a ganhar corridas. Normalmente seu carro não apresenta o mesmo número de problemas do carro do jovem alemão. E no ano passado ele já começou a mostrar suas garras ao ganhar na Alemanha e no Brasil.
Essa melhor sorte de Webber começou a desestabilizar o emocional do jovem alemão. E depois do episódio do GP da Turquia a situação ficou deplorável, pois no seio da equipe surgiram divergências na ala administrativa. O chefe de equipe Cristian Horner tentou apagar o fogo que foi criado pelo ex-piloto Helmut Marko, que tem o total apoio do dono do time, o ser diferente chamado Dietrich Mateschitz, dono do conglomerado Red Bull.
Horner olha pelo lado esportivo e Marko tem um olhar mais comercial. E isso pode criar uma situação em que o melhor carro deixa de ser o favorito. Nas corridas, pois na classificação ganharam todas até aqui. Usando marketing como parâmetro, seria melhor para a imagem da Red Bull ter Vettel como campeão, pois o alemão é bem jovem e é a cara dos consumidores do energético. Já um cara de 33 anos não é bem o perfil do consumidor da bebida. Mas Horner sabe que o pior no momento seria uma crise entre seus pares. E é aí que Marko e Horner divergem. Horner sabe que uma briga caseira pode determinar o fim de se ver uma equipe novata ganhar de novo o título. (PS: O caso da Brawn é um nove fora, pois foi campeão com um carro fora do regulamento e só conseguiu isso com o apoio de Mosley, apenas com intuito de prejudicar a turma da FOTA, ou seja, os grandes de 2009.)
Horner é o chefe de equipe e Marko é uma espécie de porta-voz, mas que também dá as cartas. E um desentendimento entre os caciques pode afugentar seu integrante principal, pois essa equipe sem Newey vai lá para fim do grid. Porém, a pessoa mais próxima do Mago é justamente Horner, que às vezes é até usado como porta-voz do projetista.
E assim a equipe achou por bem renovar o contrato de Webber por mais um ano. Isso demonstrou que o grupo tenta ser igual com os dois. A aposentadoria do australiano era dada como certa antes do início da temporada. Até Hamilton o aconselhou, mesmo sem ter sido consultado. A vida é engraçada: Webber venceu três etapas e Lewis apenas uma e isso com a ajuda do Vettel.
A equipe do energético tinha tudo para abrir uma boa vantagem nessas primeiras etapas, já que a maioria delas favorecia um bom chassi. O que não é caso do Canadá. Lá o que manda é um bom motor, coisa que a equipe do Toro não tem, e um sistema de freios bem acertado ou bem refrigerado. Também é boa para os carros com menos arrasto aerodinâmico (Force Índia e numa escala diferente a Hispania) e ainda aqueles que têm o duto aerodinâmico (aquela entradinha de ar que o piloto controla dentro do carro) bem desenvolvido, como a McLaren. A tarefa de Horner é das mais ingratas, agradar o Newey e o chefe que tem um chato como porta-voz. O legal é que a McLaren tem tudo para se dar bem, mas também tem a mania de ser azarada nesta pista e já perdeu algumas corridas praticamente ganhas.
Felicidades a todos!