ARTICULISTAS

Ainda acreditamos nos jovens?

Uma das tendências dos idosos é a volta aos tempos antigos como base de julgamento...

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 15/11/2015 às 12:20Atualizado em 16/12/2022 às 21:18
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Uma das tendências dos idosos é a volta aos tempos antigos como base de julgamento dos jovens de hoje. “No meu tempo não era assim”. Com esse tipo de julgamento (temperado com umas gotas de vinagre) vamos, muitas vezes, cometendo injustiças.

Os tempos mudam e, com eles, mudam os valores culturais e morais, os modos de agir e de reagir. Enfim, o modo de ser.

Os tempos tornaram-se difíceis, é verdade, mas a esperança não deixa nunca de ser jovem, apesar das decepções. Quando apelamos para os jovens alertando-os sobre suas responsabilidades futuras, nosso convite se torna muitas vezes um apelo teórico, inútil. Corremos o risco de estar falando para as paredes. Nossas apreensões são palavras que se perdem num vazio que nos assusta. Tememos pelo futuro da família, do convívio humano, da religião, de tudo.

Que fazer? Cruzar os braços? Nós, cristãos, não podemos descrer da ação do Espírito de Deus nos subterrâneos da História. Seria falta de perspectiva histórica enterrar a esperança. Não podemos criar áreas de atritos com os desatinos da juventude. O pessimismo nada constrói. Por que descrer da esperança? Esperança não é utopia. Não é sonho. Quando dizemos que o jovem é esperança, queremos significar uma certeza que não nos é dada gratuitamente, mas fruto da convicção de que nem tudo está perdido. São muito grandes as deficiências de nossas instituições, da escola, da igreja, da família moderna, da comunicação. Sabemos disso e lamentamos, mas não podemos desacreditar no poder dos jovens, de que eles são capazes de superar a si mesmos. Cruzar os braços é que seria errado. Alguém me diz: “Os jovens de hoje não têm patriotismo”.   É um lugar comum, uma chatice, falar em falta de patriotismo na juventude. Aliás, é uma expressão que não diz nada. Falta de patriotismo é frase feita quase sempre para camuflar interesses nem sempre honestos. Patriotismo é esperança libertadora e não defesa mesquinha de um status quo nem sempre justificável.

A realidade sócio-político-econômica em que vivemos é injusta, corrupta e corruptora.  Ela provoca engulhos nas consciências bem formadas. Mas, por que não esperar da juventude uma tomada de consciência capaz de renovar a imensa desfaçatez que rola por aí? Depende de nós, os adultos.

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