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Alturas e horizontes

Eram exatamente 17h58min. A cidade, Salvador, capital baiana

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 13/01/2012 às 20:13Atualizado em 17/12/2022 às 07:48
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Eram exatamente 17h58min. A cidade, Salvador, capital baiana e o local o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães. No pátio, um potente jato EMB-195 e no seu bojo 113 passageiros. Dentro do avião dois sinais sonoros dão a vez a uma delicada voz feminina que se fez ouvir assim, em resum “Senhores passageiros, em nome da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras, boa tarde! Aqui é a Comandante Caroline e vamos iniciar o nosso voo 4261 com destino a  Campinas, com previsão de chegada para as 20h17min”. Acrescentando informações de praxe ela pontuou: “Tenham todos uma noite azul e boa viagem”.

Ouvi vários comentários construtivos e a plateia só faltou bater palmas, já que o momento recomendava. Não me contive e frisei em voz audível: Vamos fazer um voo excelente!

Naquele manche estava a jovem aviadora Caroline Damé, gaucha de Encruzilhada do Sul, que já acumula 4.500 horas de voo. Sob a sua batuta uma eficiente tripulação composta por um co-piloto e três comissárias. Da janela e de olho no relógio, eu observava que aquele pássaro de asas duras rolava suavemente no pátio. Depois, taxiando, foi conduzido à interseção com a pista e dali à cabaceira. Sendo um pouco exigente esperei aquela paradinha do avião antes do ataque total das turbinas. Tudo certinho e vi a máquina de Santos Dumont correndo no solo e ganhar os ares. Alturas e horizontes eram sucessivamente descortinados.

A pontualidade na decolagem, a serenidade sobre as nuvens, a tranquilidade dos passageiros e o atendimento das comissárias me permitiram assegurar a mim mesmo que estávamos fazendo um excelente voo. E fizemos. 

Eu soube durante a viagem que muitos, assim com eu, éramos estreantes em matéria de ver uma mulher comandando aeronave de grande porte. Procurei um senão no trajeto e não encontrei. E aí pensei: Eh... nós homens  que nos cuidemos... E olha que Caroline tem poucos janeiros, hein.

Já no solo me dirigi à comandante, cumprimentei-a pelo voo impecável e lhe pedi para relatar algo emocionante em sua carreira. Dela ouvi a confissã “Estou vivendo sempre uma intensa emoção e a cada voo ela se renova. Espero ter sempre este sentimento comigo.”

Concordei com Caroline Damé e me recordei que durante o voo eu olhava as brancas nuvens e refletia: Para cada altura existe um horizonte e para os dois, o infinito que devemos buscar...

(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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