O lugar é o mesmo, com um pombo também no assunto—mas, o pensamento é outro bem diferente. Do apartamento onde moramos, avista-se um telhado pouco distante do nosso quarto. Como não tenho mais obrigações de horário, sempre me levanto por volta das oito horas. Depois da oração, abro a janela para que o ar percorra o nosso ambiente. Olhando o azul do céu, enorme saudade dos meus que se foram, me invade o coração. Rogo a Deus que os faça felizes quanto sou. Enquanto espero o café, fico apreciando um pombo de penas pretas que se levanta bem primeiro que eu. Os seus companheiros, não os tenho visto mais. Assim sozinho, parece-me triste e quieto. No pensamento, vou longe. Segundo Sócrates, sábio grego, “O Homem é uma alma encarnada.” Não seria diferente dizer, que a Alma se acha num corpo de carne. Ninguém nunca discordou disso. Ela dentro do nosso Corpo de Carne, nos mantém com vida. E naquele Corpo envolto por Penas, o que existe que também assim lhe mantém? Leio psicografada, a declaração de um espirito que se diz não “saber explicar a sobrevivência do principio espiritual que habita o corpo dos pássaros e dos animais.” Parece que mesmo os *ornitólogos se preocupam com a interrogação. Por outro lado, tem-se no comum, que o homem admite a Alma somente dentro dele. Se ele estiver certo, o que será então que preserva a vida naquela pequena ave? Será que ela vive doutra centelha diferente da nossa? Será que aquilo que a mantém viva, não é a mesma que também mantém os homens? Será que pouco vale pensar nisso? Não serão todos, Homens, Pombos e outros, simples elos na cadeia evolutiva, tendo a Evolução como linha que apenas estabelece as diferenças entre os Corpos de Carne e os Corpos com penas? Será o Homem, o único dadivoso das transformações evolutivas? Tem-se por crédito que na justiça Divina, todos os seres hão de experimentar o processo da Evolução—fato que de há muito vem se operando no Homem. O caminho do aperfeiçoamento é longo. Percorrê-lo, se consome séculos passando por diferentes estágios evolutivos, Em seu soneto, “JORNADA”, psicografado, por Francisco Cândido Xavier, Adelino Fontoura, se diz haver sido átomo, depois Infusório do mar, por algum tempo foi planta, também animal. Que guardou por muito tempo a expressão dos gorilas até chegar à espécie humana. Vimos pela TV, um pica-pau guardando frutinhas. Um trabalho expressando traço de inteligência. Após fazer muitas dezenas de buracos no tronco de uma árvore, buscava frutinhas e as colocava em cada buraco. Com a frutinha ainda no bico e sem solta-la, experimentava se cabia no buraco. Algumas não bem cabendo, eram experimentadas noutros buracos, até encontrar um onde bem coubesse. Cabendo, com o bico empurrava a frutinha para dentro, o quanto possível. Depois, buscava outras e repetia o trabalho, enchendo os buracos todos. Que admirável!...Não é preciso pensar muito. O Homem não faria o mesmo? Então!...Se o procedimento não se difere, a centelha que está no Corpo de Carne, certamente também está no Corpo com Penas. O aparente desigual, repousa apenas na Evolução que nivela as diferenças.
*Ornitólogos -
Profissionais especializados
em cuidar das aves.