A notícia veiculada pelo Jornal da Manhã acerca da terceira onda da pandemia e a possibilidade de se implementar novas restrições nas cidades integrantes da zona denominada Triângulo Sul têm causado desconforto em todos, principalmente entre empregadores de diversos setores que vislumbravam, após meses de retração, o pleno retorno de suas atividades.
Termômetro das atividades empresariais desenvolvidas é o Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Segundo este, o Município de Uberaba, após registrar saldo negativo na geração de emprego em abril/2021 com menos 199 postos de trabalho, registrou alta em maio/2021, com 585 novas contratações.
Mas é preciso compreender que as informações de aumento ou retração na geração de empregos abrangem todos os setores economicamente ativos.
Isso significa que os dados de setores que não tiveram suas atividades restringidas, ou que sofreram menos com restrições pontuais em suas atividades, como construção civil, agropecuária ou industrial, convivem com dados daqueles setores que praticamente fecharam suas portas, como bares, restaurantes e eventos.
Portanto, tanto a retomada das atividades empresariais como o aumento de geração de empregos devem ser vistos com reservas, pois os dados apresentados não retratam uma realidade vivenciada por todos desde o início da pandemia.
Em abril deste ano, o Jornal Estado de Minas noticiou que, antes da pandemia, o setor de bares e restaurantes contava com 133 mil estabelecimentos e cerca de 800 mil postos de trabalho em Minas Gerais. Agora, cerca de 30 mil empresas encerraram suas atividades, resultando em 250 mil trabalhadores demitidos.
É evidente que, havendo a necessidade de se implementar novas restrições, devemos todos nos engajar, assim como também temos que nos engajar na exigência de maior celeridade na vacinação e na disponibilização dos recursos necessários ao tratamento e restabelecimento daqueles que lutam contra a doença.
Mas, também, é necessário que a conta seja melhor dividida entre os setores produtivos do município. Para isso, faz-se necessário um melhor plano de ação que vise a sobrevivência também das empresas empregadoras. Se não for possível garantir o ir e vir, que se flexibilize obrigações tributárias, por exemplo, observando as necessidades específicas dos setores produtivos mais afetados, tudo com vista a manter os postos de trabalho, fonte de dignidade. Cuidem-se!
Alexandre Rodrigues de Oliveira Signorelli
Advogado
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