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Ana Maria Leal Salvador Vilanova
AnaMariaLSVilanova@gmail.com
Publicado em 11/07/2023 às 18:39
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Duas histórias extraordinárias vêm à luz, de uma só vez. A primeira, de um agente das forças da lei, americano, que, frente a uma limitação que o cargo lhe impunha, decidiu pedir demissão e seguir lutando por seus próprios meios. Sendo ele próprio pai de filhos pequenos, parte em missão de resgaste de crianças escravizadas pelo mundo.

Antes de tomar a decisão, ele partilha seu dilema com a esposa. Também ela extraordinária, imediatamente o encoraja ao caminho mais difícil, porém correto, dizendo que não vai permitir que ele ponha em perigo a salvação eterna deles próprios. Ou seja, mais que olhar para sua sobrevivência no curto prazo, ela pensou no momento do inevitável encontro com o Criador, e não teve dúvidas.

A segunda história incrível é a do filme feito a partir do relato acima, “Sound of Freedom” (Som da Liberdade, 2023). Contando com um nome memorável – o ator Jim Caviezel, famoso por ter interpretado Jesus no filme “Paixão de Cristo” –, seu orçamento foi quase de um filme independente, nada hollywoodiano. Pior, teve seus direitos comprados por um grande estúdio e terminou numa prateleira, onde ficou por anos.

Os criadores tiveram que recomprar a própria obra e a lançaram onde puderam, um circuito muito limitado. As possibilidades de marketing e divulgação eram pequenas. Entrevistas na grande mídia, nem pensar. Além do mais, chegando junto com o verão do hemisfério norte, competiam com arrasa quarteirões. Mesmo com todas essas dificuldades, recuperaram os custos de produção em dois dias. O povo ficou sabendo pelo velho boca a boca e compareceu.

Como se não bastasse, além de não ajudarem a divulgar, os “especialistas” midiáticos de sempre, meio enojados com a situação toda, passaram a falar mal do filme e a espalhar que esse negócio de redes de tráfico de crianças, em larga escala, era tudo teoria da conspiração. Quer dizer, até existe, mas não era nada como se dizia ali.

O filme é, literalmente, baseado em fatos. A pessoa que viveu aquilo tudo está ali contando sua história.

Fica uma importante dúvida sobre a origem desse ranço de certas castas à verdade estampada, em detalhe e com narração, na frente deles. Será apenas inveja porque mortais “inferiores” ousaram pousar seu olhar sobre conteúdo não aprovado e certificado por eles? Ou será algo mais?

No filme, diz-se que “as crianças de Deus não estão à venda”. Tanta ojeriza a essa ideia sugere que, talvez, certas consciências estejam.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica
AnaMariaLSVilanova@gmail.com

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