No mês em que celebramos o Dia da Segurança, refletimos sobre duas questões que afligem muitos líderes: Como conseguir que a equipe cumpra as normas de segurança? O que é possível fazer para que os funcionários executem suas tarefas da forma correta, como foram treinados?
Para equacionar esses problemas, que não são novos, já há milênios Aristóteles propôs um modelo de comunicação que continua válido. É um triângulo (e, como tal, com três vértices) que segue tão atual quanto era no momento em que foi proposto. São estas as suas três pontas: “logos”, “pathos” e “ethos”.
Tanto tempo passado, muita gente ainda continua focada só na ponta “logos”, um chamado à lógica e razão do distinto público. O “logos” representa a mensagem que se quer transmitir. Esta deve ser clara; nem de mais nem de menos, ou seja, sem ruídos, sem excessos, bastante e suficiente.
Mas falta algo. Falta conectar-se às pessoas que recebem a mensagem – ou o vértice “pathos”. Comumente referido como “emoção”, significa atentar-se para a reação da pessoa que recebe a mensagem. Por que este conteúdo é (ou deveria ser) importante para aquele funcionário?
Para alguns pode ser uma questão de orgulho profissional. Para outros, a lembrança de que pode faltar para os filhos pequenos. Ou, para outros tantos, significa proteger-se para aproveitar a aposentadoria que já vai chegando.
O fato é que cada pessoa pode ter, e frequentemente tem, motivos diferentes, e, se um líder quer atingir dez colaboradores com a mesma informação, pode ter que se comunicar de duas, três ou dez maneiras diferentes, de forma a chegar a cada um deles.
Isso tudo vai depender, também, do terceiro vértice, o “ethos”, ou a ética, a credibilidade do orador. Qualquer esforço de comunicação valerá rigorosamente zero, se vier acompanhado de ações contrárias. Se a equipe percebe que o chefe não está nem aí para a segurança, não haverá discurso, argumento, ou prêmio que promova comportamentos seguros.
Os funcionários podem até cumprir a norma, ocasionalmente, quando alguém chama a atenção, porém, com consistência, cumprirão o que percebem que é, verdadeiramente, importante para o chefe.
Mas e quando se aplica tudo isso e, ainda assim, alguém segue escolhendo comportamentos inseguros? Fica para a próxima semana.
Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica
AnaMariaLSVilanova@gmail.com