Chegou dezembro, época festiva. Estamos quase no Natal! Há um furor distribuído pelo mês todo, num crescendo imparável até a festa cristã, logo seguida pela virada do ano, quando se renovam todas as resoluções, que já devem estar velhinhas, coitadinhas.
Com as celebrações, vem todo o resto. Lojas cheias, supermercados lotados, movimento frenético nos shopping centers. Não pode haver uma alma sem o presente certo. Estamos em missão; saiam da frente.
Categoria à parte são os aeroportos. Com tanta gente querendo chegar na mesma data ao destino, a circulação aumenta demais e, se houver qualquer imprevisto, a situação se deteriora rapidamente. E, se há algo que se sabe sobre esta época, é que estão previstos muitos imprevistos.
Já que não dá para escapar, o negócio é encarar o martírio todo como um simulado, preparação para desastres reais. É fácil identificar todas as fases que se vê em um filme catástrofe.
Primeiro há um incidente, o gatilho, que dá início à saga. No caso, um voo cancelado, em meio a muitos outros cancelamentos. A partir daí, uma série de eventos vai colocando as pessoas em posição de tomar decisões difíceis, com base em informação desencontrada. Ninguém tem muita certeza de nada; a situação muda minuto a minuto, e a adaptação tem que ser rápida.
Autoridades, no caso, funcionários da companhia aérea, não conseguem controlar a situação e se contradizem. Quem os segue pode acabar mal, mas como saber, no momento?
Alguns passageiros perdem a cabeça e se tornam agressivos, descontam em quem não tem poder de resolver. Alianças são formadas, grupos diferentes vão para lados opostos, com um espírito de “te vejo do outro lado”.
No fim, o sucesso. Com atraso, cansaço, prejuízo, e a mala que, até o último momento, não se sabia se apareceria ou não. Quase se ouve a trilha sonora triunfante quando ela aparece plena, vindo pela esteira.
Mas tudo vale a pena porque o destino final é Uberaba. A cidade continua aqui, firme, iluminada, enfeitada para as festas. O calor está infernal, um bom momento para normalizar o uso da sombrinha para proteger do sol. E a todos que viajam este fim de ano, muita paciência e boa sorte.
Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica
AnaMariaLSVilanova@gmail.com