É como se um edifício altíssimo, um arranha-céus, levantasse voo, fosse ao espaço e, voltando à Terra, estacionasse verticalmente, em paralelo. Não foi um edifício, mas, sim, o “Super Heavy booster” (propulsor Superpesado) que, no sábado (12), na primeira tentativa, conseguiu perfeitamente se acoplar à torre de lançamento e recuperação Mechazilla, fato que significa mais um passo na era de foguetes reutilizáveis e torna mais real a visão da viagem a Marte.
Não que a semana do Sr. Elon Musk, visionário dono da SpaceX, estivesse sendo exatamente aborrecida. Ele já havia lançado novidades de outra de suas empresas, a Tesla, apresentando diretamente ao público o táxi autônomo e robôs capazes de aprender. Durante o evento “We, Robot”, os convidados tiveram oportunidade de interagir com os cyber-seres, que desempenhavam tarefas rotineiras do lar. Alô, Jetsons, sua era chegou!
Antes disso, o bilionário esteve ocupado, enviando seu pessoal à Carolina do Norte com a missão de entregar e instalar dezenas de antenas Starlink, permitindo às pessoas atingidas pelas enchentes na região, ao menos, a capacidade de se comunicar, o que facilita os esforços de socorro e sobrevivência.
No fim de semana passado, dois testes foram lançados pela SpaceX, sendo a acoplagem do Super Heavy o evento mais visível. Além de ser possível acompanhar tudo pelo site da própria empresa, multidões se agruparam ao redor da plataforma Mechazilla em Boca Chica, no Texas, por isso há dezenas de vídeos de cidadãos comuns mostrando o sucesso da manobra de vários ângulos. E de distância segura, é claro.
Somando à perícia da operação, merece reparo a celebração entusiástica do povo aglomerado. Vídeos da SpaceX mostram funcionários da empresa dando pulos de alegria, entende-se. Mas o cidadão comum, lá fora, comemora exatamente o quê?
Algo pode estar se iniciando nesta nova era espacial. Além de torcer pelo time do coração, as pessoas vão se acostumando a acompanhar o desenrolar de projetos espaciais e a aderir à festa de cada marco importante. Há mil acontecimentos notáveis lá fora, mas, daqui a uns 200 anos, é possível que se recorde este tempo como a virada para algo novo, como hoje nos recordamos dos descobrimentos. Desta vez, com transmissão, e torcida, ao vivo.
