O jovem professor Warren Smith, que viralizou nas redes sociais por uma discussão bem fundamentada, tem mais exemplos de excesso de bom senso e respeito, um deles sobre eleições. Nesse caso, um aluno tenta argumentar em favor de um candidato e desfavor de outro, mas, praga dos nossos dias, apenas regurgita frases feitas, sem compreensão honesta do assunto.
Um após outro, os argumentos caem, e nem é porque haja contra-argumentos poderosos, apenas um questionamento decente basta para desarmar a arapuca toda. Vem, então, a última pergunta, o que restou ao estudante: “Você vai se sentir melhor se votar nesse candidato?”
Resumindo a situação: sem conseguir convencer pelas ideias, ele tenta diretamente pelas emoções, uma vez que, hoje em dia, essas se tornaram quase sagradas. Se alguém “sente” algo, deve ser verdade. E ai dos que desafiam os sentimentos alheios e se recusam a viver nalguma ilusão que não lhe diga respeito. Um verdadeiro emocionofóbico, onde já se viu?
Seguiu-se a resposta do mestre, mostrando o absurdo do argumento e, em semana decisiva de eleições no Brasil, cabe a reflexão: será que votamos nalguma certa pessoa para nos sentirmos bem? É bem possível, aliás, até provável. Afinal, somos humanos.
Fazemos muitas coisas todos os dias buscando essa sensação de satisfação. Por que votar seria diferente? O problema é que, se esse for o único motivo para escolher um candidato, obviamente, poderemos fazer uma péssima barganha. Alguém mal-intencionado, mas com bom conhecimento da natureza humana, tudo fará para provocar essa onda de boas vibrações em relação à sua pessoa, enquanto segue em sua tarefa maldita.
Aliás, gostar de um candidato deveria ser motivo de alerta automático. A pessoa se apresenta bem, fala melhor ainda, parece confiável e com habilidades de liderança? Alto lá! Para tudo, e vamos ver melhor isso aí.
Na prática, o que essa pessoa já fez? Que demostração de competência já deu para ocupar o cargo que almeja? Que resultados já foi capaz de apresentar no passado? Quais são seus valores, e não apenas os que diz, mas os que demonstra? Só ganha meu voto se passar por essa segunda porta.
E boas eleições, Brasil.