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Irmãos

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 25/09/2023 às 18:13Atualizado em 25/09/2023 às 18:14
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Não faz muitos anos que uma série com várias temporadas, cheia de dragões e outros eventos sobrenaturais, sequestrou as discussões, e era quase impossível escapar a ter uma opinião. Sem dúvida, foi excelente, ainda que o final tenha dividido a base de fãs. Resta ainda o diagnóstico do seu legado, que só é possível com a distância que o tempo confere.

Por outro lado, uma certa obra já passou por esse teste e vem confirmar sua força, mais de vinte anos depois do seu lançamento. À época, foi a série mais cara já produzida, muito por causa do elenco gigante e estrelado, e ambientação difícil: “Irmãos de Guerra” (Band of Brothers, 2001).

O regimento Easy (tradução literal: Fácil) percorre todos os estágios desde o treinamento penoso na América, a ida à Europa, passando pelo Dia D, depois batalha após batalha, até o fim da Segunda Guerra Mundial. Acompanhamos Richard Winters, que começa liderando um pequeno grupo de homens e, numa realidade em que o mérito é, literalmente, questão de vida ou morte, vai subindo de posto, conforme as dificuldades se avolumam. A guerra apressa sua evolução, e a ascensão é rápida.

Há muitas lições de liderança, boas e más. Em situações extremas, tudo fica mais evidente; é difícil esconder falhas reais ou fingir capacidades inexistentes quando pequenos erros ou acertos têm consequências fatais, para seu lado ou do inimigo. Quando a guerra termina oficialmente, fica o rescaldo com que cada combatente tem que lidar. Entre muitas realidades difíceis, uma positiva: todos serviram numa companhia de heróis. Homens comuns que, no momento preciso, deram seu melhor e serviram com honra.

A genialidade dos criadores da série, combinada com recursos até então indisponíveis, traz imagens devastadoras, recriação de batalhas e ataques brutais. São difíceis de ver, ainda mais sabendo que buscam retratar situações reais, ressalvadas as habituais licenças poéticas. De fato, vários veteranos aparecem no início de cada capítulo (são apenas dez) comentando algum aspecto do que viveram. Décadas depois dos eventos, o trauma ainda está lá, assim como o que os une. Deram o sangue juntos; são irmãos.

Em tempos de paz, é uma boa recordação. Aliás, paz para quem? É um fato que, em algum lugar do mundo, está-se a viver realidade bastante similar àquela. Caso alguém pense em começar um conflito, convém dar uma olhada.

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