A média de idade na cidade de Lisboa caiu muito durante uma semana inteira. Foi durante os dias da Jornada Mundial da Juventude. A cidade se encheu de jovens do mundo todo, que compareceram a esse ato, de propósito inescapavelmente espiritual.
Lisboa está acostumada a receber grandes eventos. Aliás, é uma aspiração sua ser, cada vez mais, lembrada como alternativa para esse tipo de atividade econômica. Normalmente, o afluxo de turistas já é grande, constante e perene. Pois os lisboetas querem mais público, e com mais recursos, para desfrutar e gastar localmente.
Assim, quem vive em regiões mais agitadas da cidade se acostuma a ver esses movimentos de um lado para outro e aprende a conhecer os “clientes” da vez. São barulhentos? Bagunçados? Fazem algazarra a altas horas?
Pois os jovens da JMJ são nota dez! Andaram por aí em perfeita ordem. Era comum ver grupos na rua, juntando-se para ir ao próximo compromisso. Estavam nos restaurantes, desfrutando do “menu peregrino”. Nos transportes, com suas Bandeiras, chapéus e cores dos respectivos países. Ou em qualquer lugar, conversando, às vezes cantando, sempre bem-dispostos.
Ao fim da semana, foram todos a uma vigília noturna, seguida de missa campal na região do Parque das Nações. Lugar belíssimo, próximo à ponte Vasco da Gama, não longe do Oceanário de Lisboa.
Um milhão e meio de pessoas assistiram à missa celebrada pelo Papa Francisco e, depois, saíram ordenadamente, rumo ao próximo compromisso. Na maioria dos casos, o aeroporto, estação de trem ou ônibus, de volta para casa.
Alguns ainda foram a um evento particular, em que o Papa, antes de voltar para o Vaticano, teve o cuidado de agradecer aos voluntários que tornaram tudo isso possível. Sob um calor de 40ºC, Sua Santidade ouviu testemunhos dos que trabalharam, e dirigiu-lhes uma última palavra de reconhecimento e ânimo.
Dá esperança no futuro. São jovens, estão começando a vida com base sólida. Ao mesmo tempo em que há muitos por aí “lutando” por um mundo melhor enquanto se afundam em depressão, ilusão e um vício cada vez mais generalizado em sinalização de virtude, há outros que buscam a reforma interior, a única sustentável e duradoura. Há juventudes e juventudes.
Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica
AnaMariaLSVilanova@gmail.com