O Brigadeiro Eduardo Gomes perdeu a eleição presidencial, ali pelos anos quarenta, mas deixou um legado. Em sua campanha, angariavam-se fundos com a venda de um docinho feito com leite condensado e chocolate. De “docinho do brigadeiro” para apenas “brigadeiro” foi um passo. Se calhar, saiu ganhando o cidadão.
Quem também tem um nome famoso hoje é a cantora Barbra Streisend, uma lenda da música pela voz absolutamente impecável, além de atriz e diretora, igualmente reconhecida. Porém, teve um percalço, há uns anos.
Uma revista especializada publicou uma extensa série de fotos da costa californiana, com o objetivo de retratar a erosão local. Em uma das fotos, era possível ver a casa da cantora, embora não estivesse identificada. Era apenas uma das casas entre as muitas que apareciam no conjunto, e o interesse despertado era bastante limitado.
Pois a senhora se incomodou e processou o fotógrafo e a editora. Além de, no fim, perder a causa e ter que pagar as custas processuais, a referida ação chamou a atenção para a foto. De uma dezena de visualizações, aquela imagem passou a ter milhares. Esse efeito – de despertar o interesse por uma informação pelo ato de tentar escondê-la – ficou conhecido como “efeito Streisend”.
Na sexta-feira (2), um produtor americano tentou divulgar um filme pela rede social Twitter. O filme foi considerado “conteúdo sensível” pela plataforma e teve sua divulgação dificultada, ainda que fosse possível vê-lo. Pois, inconformado, o jornalista Matt Walsh, estrela do filme, e seus associados reclamaram, até conseguirem a atenção do dono do Twitter, o milionário Elon Musk.
No fim, além de liberar o filme, o próprio Musk compartilhou o link entre seus milhões de seguidores, recomendando que vissem essa obra cinematográfica, especialmente aqueles que têm filhos. E, num tweet, ainda “condecorou” Matt Walsh como o “campeão do efeito Streisend”. O perfil divulgador tem menos de dois milhões de seguidores, mas, em dois dias, o filme já havia sido visto mais de 160 milhões de vezes, sem contar repostagens e outras versões, inclusive uma, com legendas em português.
No documentário “What is a Womam?” (O Que é uma Mulher?) o jornalista fala com especialistas, leigos, homens, mulheres, americanos, africanos e mais quantos, e faz essa singela pergunta. Tornou-se obrigatório.
Ana Maria Leal Salvador VilanovaEngenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdicaAnaMariaLSVilanova@gmail.com