O milionário Elon Musk publicou uma questão pertinente no seu perfil, na sua própria rede social, X (antigo Twitter). Em tradução livre, seria algo como: “Você pode (é possível) vencer o ódio sem um coração maligno?”.
A motivação, nada sutil, terá sido uma certa guerra, em que um país foi atacado por uma força minoritária que, há décadas, atormenta dois povos: um enquanto (mal) o governa; outro, por agressões constantes e brutais.
“Nenhuma guerra é boa; algumas são justas” – já ensinava Santo Agostinho. Defender-se é imperativo. Porém, como lutar contra uma força que pratica o mal, sem se deixar contaminar? Esse é o desafio de homens e mulheres na frente de batalha.
Preparar-se, armar-se, mirar em outro ser humano, neutralizá-lo, impedir que continue a causar dano, seja como for. Ao mesmo tempo, não guardar nenhum sentimento negativo contra ele no próprio coração.
Porque, ao diabo, não importa quem esteja a odiar. Se ódio estiver a ser praticado, para ele, está ótimo. Assim, mais ainda do que se regozijar com as mortes bárbaras de civis inocentes num ataque físico real, ele se alegra com o endurecimento do coração dos bons.
O agressor gratuito, cego no seu ódio a pessoas que nem conhece, é a primeira vítima do demônio. Atrás dele, vêm os simpatizantes, que, inacreditavelmente, marcham em apoio à carnificina.
Podem achar que terminaram o dia bem ou que estão em vantagem, mas é sentimento demasiado passageiro e, na eternidade, que é todo ser consciente, não vai durar um segundo. Assim como um segundo vai durar o sofrimento dos caídos.
Quando uma guerra termina, um dos lados é abafado. E sempre se espera que seja o lado dos justos aquele que, ao final, vai baixar as armas e seguir a vida em paz. Infelizmente, não será suficiente para vencer o ódio no coração dos insanos. Guerra não tem esse fim. A tarefa continua.
Respondendo à pergunta do Elinho Musk (como os brasileiros o chamamos): não apenas é possível vencer o ódio sem um coração maligno, como essa é a única maneira de fazê-lo.
Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica AnaMariaLSVilanova@gmail.com