Paulo Júnior é um bom filho. Sua mãe expressou o desejo de ir a Fátima, em Portugal, e ele, dedicado, organizou tudo e a acompanhou na viagem. Mas Paulo Júnior é também muito diligente nas suas obrigações e, assim, o roteiro da viagem se tornou uma sucessão de compromissos pessoais e profissionais.
Infelizmente, ainda nos primeiros dias, um revés complicou tudo. Sem razão aparente, apenas desejo de ver o marido/pai, tanto a mãe quanto o filho decidiram acompanhar, pelas câmeras de segurança instaladas lá em casa, no Brasil, a rotina do Paulo sênior, que sai para o trabalho de madrugada, todos os dias, à mesma hora. Para horror dos viajantes, puderam assistir ao vivo ao acidente que feriu o idoso, quando o portão da casa caiu e o infeliz madrugador caiu junto. O resultado, um corte profundo no braço.
A viagem foi reprogramada e a visita a Fátima, adiantada, de modo a permitir à mãe voltar mais cedo com o intuito de estar junto do marido, agora já se recuperando da necessária cirurgia. O filho permanece em terras lusitanas, completando o percurso combinado com tanta gente.
Na sexta-feira à noite, o Paulo Júnior contou essa história à audiência que se reuniu para ouvi-lo. Antes de ouvir a palestra, o distinto público teve a graça de participar da missa concelebrada por ele. Mas foi durante a conferência a seguir que o padre Paulo Ricardo apresentou sua mãe ainda ali presente e narrou o episódio assustador que a família viveu.
Sacerdócio não é profissão; é vocação e missão de vida. No caso desse padre do interior do Brasil, a catequese on-line trouxe fama e muitos seguidores. Ficou a humildade, expressa nos profusos agradecimentos a todos que se dispuseram a ir ao Mosteiro dos Jerônimos numa congestionada sexta-feira, a fim de ouvi-lo.
Saíram todos com palavras de ânimo, não apenas de esperança nos acontecimentos terrenos, mas muito além. Que as coisas estão complicadas, não é novidade nenhuma. Aliás, quando estiveram realmente bem? Que o mundo é cruel, tampouco escandaliza alguém. É olhar ao redor e ver famílias afligidas por tragédias, a nossos olhos, impossivelmente dolorosas.
Que sabemos nós? É manter os que sofrem nas nossas orações, prestar a ajuda possível e permanecer na fé, enquanto ainda estamos neste vale de lágrimas.