ARTICULISTAS

Tremendo Passeio

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
AnaMariaLSVilanova@gmail.com
Publicado em 24/10/2023 às 18:10
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Além de marcos históricos, casas de fado, restaurantes e que tais, Lisboa oferece atrações menos conhecidas, porém muito interessantes. Com a aproximação do 1º de Novembro, vale a pena lembrar do terramoto (assim, com “a” mesmo) de 1755, na “Experiência Quake”.

Ali perto dos famosos Pastéis de Belém (o mais tradicional pastel de natas do País), fica esse local em que, além de entender, é possível experimentar o que deve ter sido viver o grande chacoalhão do século XVIII.

Sala após sala, durante uma hora e meia, o visitante vai entrando em contato com informação sobre aquele terremoto, além de outros memoráveis, como o do Japão, o de San Francisco e outros.

Também é possível ter um vislumbre do que era a vida na Lisboa daquela época, com as belezas e dificuldades do momento.

Quase ao final, entra-se numa réplica de igreja, em que uma missa é celebrada (são projeções nas paredes, mas a imersão é total), como naquele dia. Afinal, era Dia de Todos os Santos e as igrejas estavam lotadas. Até que...

Primeiro ouve-se um estrondo. Não se percebe de onde vem o barulho; é difuso, porém bastante alto. Tão estranho, que ninguém se move para investigar. Além do mais, parou. Inusitado, contudo nada de mais.

Então, tudo começa a se mover. Veem-se o altar, pilares e paredes ao redor ruindo; as pessoas correndo sem saber para onde. O pânico é geral. Os bancos tremem e tremem e tremem. Mesmo sabendo que é apenas uma simulação e que vai terminar logo, a sensação é angustiante.

Um toque interessante é a música. Para fazer a experiência mais dramática, o organista passa a tocar algo bem sinistro. Ou, então, morreu em cima do teclado; não está claro. O fato é que o coração quase sai pela boca.

Saindo da igreja, vem o pós-evento. Como a cidade lidou com a destruição e morte. Enterrar os falecidos, desobstruir as vias, depois reconstruir tudo, com um plano mais moderno. O terremoto redesenhou Lisboa.

Para o visitante, além da experiência, ficam as lições aprendidas: o que fazer em caso de sismo e, algo que vale para qualquer emergência, como sobreviver num cenário pós-apocalíptico. Hora de verificar o kit emergência, repor o que expirou, conferir números, lembrar a família. Até o ano que vem.

 Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

AnaMariaLSVilanova@gmail.com

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