Certa vez, conversando com um colega de trabalho, também engenheiro, ele comentou que havia trabalhado em uma fábrica na cidade chamada Old Hickory, ou Velha Nogueira, nos Estados Unidos. Curiosa, perguntei sobre a tal Nogueira, que devia ser mesmo grande pra nomear uma cidade. Em minha cabeça, já imaginei uma árvore imponente, crescendo através de gerações, até dominar o lugar. Possivelmente muito maior do que a gameleira que ornava a praça da Concha Acústica (antes da Concha), em Uberaba.
Mas, afinal, não era nada disso. A Nogueira em questão não era uma árvore e, sim, uma pessoa. Hoje em dia, é fácil buscar na internet e encontrar a cidade, a pessoa e a explicação. Na época, informação era artigo muito mais exclusivo, selecionado e algo volátil. Não guardei bem quem era a personagem (um antigo presidente), mas fiquei com a impressão da grandeza daquela personalidade, a ponto de ser reconhecida como a árvore que a todos acolhe na sua sombra.
Nunca me esqueci dessa conversa, porque, imediatamente, veio-me à cabeça a figura de meu pai. Sem esforço, reconheci nele esta figura para quem as pessoas se voltam quando precisam de apoio, esclarecimento, fortaleza moral. Um norte, enfim. Alguém que, por mérito conquistado no serviço ao próximo, se torna referência para a comunidade. Aprendemos o valor do trabalho, honestidade e retidão por ver e viver em casa. Diz-se que valores são crenças hierarquizadas. Pois, lá em casa, em nossos “top 10” não se encontra nada perecível, tal é a riqueza que levamos pela vida.
Essa conversa aconteceu, seguramente, no início dos anos 90. O fato de, depois de tantos anos, meu pai seguir como referência para a família toda, e mais além, comprova sua autenticidade e força. Esse Dia dos Pais é um dia tão bom quanto outro, para lembrar esta bênção que nos foi concedida. Temos nosso extraordinário pai, avô e bisavô conosco. A todos os pais lendo estas linhas, desejo que daqui a 30 anos (e mais) tenham a felicidade de ver vosso legado nas vidas dos vossos filhos.