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Em Tempos de Crise, o que Importa?

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 09/03/2022 às 19:06Atualizado em 18/12/2022 às 18:41
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Um casal recebeu uma grande bênção, ainda assim, um desafi sete filhos de uma vez. Foi há muitos anos nos Estados Unidos, numa época em que conflitos partidários e dicotomias artificiais não estavam tão na moda. As pessoas, simplesmente, conviviam com outras que pensavam diferente. Estranhíssimo. E mais, fosse qual fosse o lado, não esperavam que o governo resolvesse todos os seus problemas.

O que faz, então, um casal de posses modestas quando a família cresce tão repentinamente? Não há planejamento logístico-financeiro que aguente. Sete? De uma vez? A solução veio das pessoas ao redor.

O pastor convocou toda a comunidade para ajudar. O marido/pai pediu demissão do emprego para se dedicar integralmente à família, pelo menos por uns tempos, junto à esposa/mãe. Os fiéis doavam de tudo, desde bens e dinheiro, até o próprio tempo e habilidades. E como fizeram diferença!

Com as doações, contratou-se alguma ajuda profissional, mas ainda era muito pouco. O pastor arquitetou uma programação para atividades de apoio, que qualquer pessoa poderia fazer, para o que apenas deveria inscrever-se no quadro e aparecer no dia e hora combinados.

Assim, um encanador, além de ajudar com reparos necessários na casa da família, também se voluntariou para lavar roupas, uma vez por semana. Ele só poderia fazê-lo no fim do turno do seu trabalho habitual, às quatro da manhã. Não havia problema. O voluntário anterior já tinha recolhido todas as roupas sujas da casa, fosse vestuário, lençóis, toalhas, o que houvesse. A cada semana, a pilha estava lá. E, a cada semana, o encanador passava suas duas horas de voluntariado junto à máquina de lavar roupas, fazendo sua parte. Ao fim, deixava a pilha de roupas limpas pronta para o próximo voluntário distribuir.

Conforme os bebês cresceram, todo o esquema foi se ajustando, diminuindo de forma natural, até que o pai pôde voltar ao trabalho e, eventualmente, a mãe também, com a prole já mais crescida. Como resultado, a família assistida e a comunidade mais forte.

Se há uma certeza neste mundo, é que crises virão. E os tempos não parecem promissores; é bem possível que uma crise generalizada esteja logo ali. Em tempos de crise, são as pessoas de valor trabalhando unidas que fazem diferença.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

AnaMariaLSVilanova@gmail.com

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