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O que ver depois de Top Gun: Maverick

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 13/06/2022 às 20:27Atualizado em 18/12/2022 às 22:24
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É verão no Hemisfério Norte e a temporada dos filmes da estação já começou. Vários ainda vão chegar, mas é difícil imaginar que algum supere Top Gun: Maverick, sequência do icônico Top Gun, Ases Indomáveis (1986).

Foram 36 anos de espera pela continuação da história do piloto rebelde Pete “Maverick” Mitchel (Tom Cruise) e as expectativas eram grandes. Trazendo tudo o que amamos no original, e mais realismo de cortar a respiração (no caso dos atores, literalmente), o filme corresponde a tudo o que se esperava. E ainda supera.

Depois disso, o que ver? Para quem se emocionou ao ver o ex-piloto, agora Almirante, Tom “Iceman” Kazansky, interpretado pelo ator Val Kilmer, uma sugestão é um documentário de 2021, chamado, apenas, “Val” (Amazon Prime). Construído a partir de uma coletânea de imagens capturadas pelo próprio ator desde a infância, o documentário mostra, assim como Top Gun, como a vida passa para todos, implacável.

Contando a história de Val desde a infância, com um evento trágico que marcaria toda a sua vida, até os dias atuais, em que um câncer o deixou com muita dificuldade para falar, o filme pontua os excessivos anos 80 e ficamos sabendo que aquela pessoa que parecia ter o mundo a seus pés vivia dramas dolorosos.

Habituado a levar sua câmera aos sets dos filmes em que participava, vemos um pouco do ambiente atrás do palco. No primeiro Top Gun, palhaçadas entre amigos e camaradagem na construção do ambiente de rivalidade entre os antagonistas, Maverick e Iceman. Em outros casos, situações difíceis, confrontos e discussões públicas, em que vemos como potenciais bons filmes saem arruinados.

Entre as muitas complicações, dívidas obrigam o ator, ainda hoje, mal falando e com muitos problemas de saúde, a percorrer o circuito de convenções, atendendo fãs, assinando fotos e suvenires. Cada autógrafo vem com um pedido, em geral alguma frase dita por um personagem do passado, e os inacessíveis dias de glória são constantemente revisitados. Ao mesmo tempo, o ator reconhece que já não tem o bom aspecto do passado e fala muito francamente sobre a tristeza que, por vezes, o abate. Brutalmente honesto.

Mas, também, tudo colocado em perspectiva, emerge uma vida, mais do que papéis em filmes e personagens que se vão. Depois de tudo, ficaram a família e o ofício do ator, que ele passou a vida toda aperfeiçoando. Val Kilmer é mais que Iceman, vale a pena.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

AnaMariaLSVilanova@gmail.com

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