ARTICULISTAS

A arte de não julgar

Ani e Iná
Publicado em 26/08/2025 às 18:19
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Muitos já ouviram a frase – “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las” – dita por madre Teresa de Calcutá. É uma verdade profunda. Afinal, quem de nós nunca julgou alguém? 

Cada um de nós enxerga o mundo por meio de suas próprias lentes e ninguém tem acesso total às lentes do outro. Mesmo sem perceber, julgamos, acreditando que nosso caminho é sempre o certo. Esquecemos que cada um tem suas próprias verdades e que nada é tão óbvio quanto parece.  Mas a sociedade insiste em aprisionar nossos movimentos como se fôssemos estátuas da razão.

Quantas vezes eu e Ani ouvimos, até mesmo dentro da família: “Esse cabelo está muito liso, façam um permanente! Será que não vão parar de crescer? Como estão magras!”.                                                                  

Comentários que são sabotadores e podem machucar. Quando temos segurança e autoconfiança em nossas escolhas, aprendemos a ouvir tais críticas sem permitir que nos definam.

O fato é que vivemos em constante troca: julgamos e somos julgados. Mas por quê? Será que criticamos porque, no fundo, queremos que os outros sigam a nossa filosofia de vida? Quando falamos de alguém com arrogância, falamos sobre o outro ou sobre nós mesmos? Será que não estamos revelando, na verdade, algo escondido dentro de nós? 

Mas, afinal, por que insistimos tanto em avaliar o outro? Talvez porque desejamos secretamente que todos caminhem na mesma direção que escolhemos.

Somos rápidos para apontar erros alheios e lentos para corrigir os nossos. Quanto mais severos somos com os outros, mais rígidos tendemos a ser conosco. Quando opinamos sobre alguém, revelamos muito mais sobre quem somos do que sobre quem está ao nosso lado. Julgamos os outros rapidamente, com base em aparências e informações incompletas. É como tentar decifrar um livro apenas olhando para a capa.

Mesmo sabendo que o julgamento é sabotador, continuamos a praticá-lo. Muitas vezes, somos criticados por nós mesmos, muito mais do que por qualquer outra pessoa. Colocamos armadilhas para enxergar nossas falhas e somos duros conosco. É necessário equilíbrio. Somos criticados por estarmos em depressão, por sorrirmos nas redes sociais, por bebermos, por dançarmos, pelo corte de cabelo, pelo piercing no nariz, por termos tatuagens, até por defendermos nossas opiniões. Mas e nós? Quantas vezes nos julgamos por tão pouco, sem darmos espaço para conhecer verdadeiramente quem está ao nosso lado?

Somos muito mais do que aparência: somos uma história, uma personalidade única, uma vida, cada qual do seu jeito.  Antes de julgarmos alguém por uma atitude e decisão, é importante tentarmos enxergar além de sua aparência, buscando os fatores que levaram àquela situação.

Precisamos lembrar: ninguém é um comportamento fixo. Somos seres em transformação constante (evoluindo ou involuindo) todos os dias – a cada conversa, a cada tropeço, a cada passo, a cada livro, a cada erro ou acerto. E isso é o que torna a vida tão fascinante!

Dois beijos...

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