À medida que a vida avança, é comum que situações, trabalhos e até mudanças levem amigos de longa data por caminhos diferentes.
Mesmo que o contato diminua, as memórias e os momentos compartilhados ficam, como um legado emocional. Nas verdadeiras amizades, por mais que a distância ou o tempo as transformem, o vínculo essencial nunca desaparece completamente da nossa memória.
Laços de infância da rua Carlos Rodrigues da Cunha, com a simplicidade de brincar livremente, deixaram marcas profundas. Que lembranças maravilhosas desse local abençoado, onde a amizade era o coração da vida cotidiana! Com espírito de portas abertas, onde todos circulavam livremente entre as casas, sem formalidades, era algo raro e muito especial.
Já na juventude, a chegada das amigas de escola traz um novo capítulo de movimento e alegria. As amizades dessa fase são intensas, cheias de conquistas, namoricos a nos esperar após as aulas, confidências, segredinhos, intimidades, que florescem em uma época de descobertas, é algo que transcende o tempo e a distância, pois as conexões genuínas não se perdem facilmente.
Na maturidade, outros laços vão aparecendo. Eu tinha meus grupos e Ani tinha os dela. Essa troca entre círculos sociais ampliou um leque de amizades e experiências, além de criar momentos únicos de celebração em conjunto. A participação em grupos de voluntariado, religiosos, sociais, empresariais, aposentados, leitura e reflexão são enriquecedores para mulheres e homens, encontros que alimentam a alma e a alegria de viver.
A verdade é que o tempo nos obriga a enveredar por rotas desiguais, mas isso necessariamente não implica ressentimentos. Resistir a essas transformações seria paralisar ou ficar em zona de conforto, sinônimo de estagnação. Novas amizades vão surgindo, porém as "atemporais" permanecem. Elas continuam presentes em um lugar especial em nosso coração.
Lidar com a partida de amizades para a eternidade é um dos desafios mais profundos do coração. Lembrar e sentir saudades, rir dos momentos felizes e até mesmo chorar eternizam esse amor dentro de nós.
Quem não tem um impacto emocional e os olhos lacrimejantes ao ouvir a canção “A lista”, de Oswaldo Montenegro: “Faça uma lista de grandes amigos / Quem você mais via há dez anos atrás? / Quantos você ainda vê todo dia? / Quantos você já não encontra mais?”
HOMENAGEM
AUSÊNCIA
Olhei hoje para o céu e clamei: para que tanta pressa, amiga Vilma Cunha Duarte? Ficam os seus textos de tanta beleza e romantismo, suas palavras, sua voz, que aquecia nossas almas, suas aldravias premiadas. Cada encontro na Academia de Letras do Triângulo Mineiro era enriquecido com sua presença, como uma peça de um grande mosaico que agora foi interrompido.
Por que tanta pressa, Vilma? Ficamos com uma sensação de que ainda tinha muito a realizar. Sua ausência será notada nas reuniões da ALTM, na cadeira vazia que só você conseguia preencher.
Essa perda da sua presença, amiga irmã, é realmente sem graça.
Vilma, a saudade é imensa, mas o que você nos ofereceu é eterno!
O que semeou, acadêmica imortal, transcende a sua partida. Deixa um legado cultural que florescerá nas mentes de seus leitores e, principalmente, dos que a conheceram.
Ave, Vilma!
Dois beijos...