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Ani e Iná
Publicado em 19/03/2024 às 18:34
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A busca pela alegria a qualquer custo pode nos levar a nuances e nos distrair do que realmente importa. Ela é passageira, vem e vai, e é natural que experimentemos uma variedade de emoções ao longo da vida. Ao reconhecermos a natureza rápida da alegria, passamos a buscar uma felicidade mais profunda e significativa.

Na satisfação procurada e vivenciada, podemos nos tornar mais resilientes e capazes de lidar com altos e baixos da vida, tendo serenidade e aceitação. Este é o ponto crucial! É fácil se deixar levar por prazeres rápidos, relações amorosas superficiais e momentos de júbilo que nos dão ilusão de plenitude. Muitas vezes, no entanto, esses instantes são apenas passageiros e não oferecem uma sensação genuína e duradoura.

Eu e Ani, juntas, tivemos momentos de enlevo, vivências indescritíveis e inesquecíveis, viagens a lugares deslumbrantes, passeios, festas mágicas, caminhos em aventuras prazerosas. Diferentemente das euforias momentâneas, a felicidade na vida de todo ser humano são trilhas únicas, conseguidas com nossos talentos e dons.

Nós, gêmeas univitelinas, sempre fomos parecidas não só fisicamente, mas em tudo, até no nosso interno, leituras, passeios, religiosidade, perrengues da vida. Muitos nos consideravam uma unidade, porém cada uma de nós, como todos, trouxe suas tarefas e caminhos dentro de sua própria mochila, seguindo sua jornada e vida particular à procura de sua felicidade. Nascemos juntas, alegrias únicas, mas a realização almejada sempre foi individual.                                                 

Ao reconhecermos a natureza passageira da alegria, precisamos buscar um bem-estar mais profundo e significativo. Ele nos proporciona um prazer prolongado e genuíno. Pode estar no casamento, no trabalho, na igreja, em mudança para outro país, em ter um filho, enfim, cada pessoa encontra o significado de sua vida, buscando uma rotina feliz.

Quando viajamos para São Paulo, aproveitamos e fomos visitar o primo solteirão, meio lunático, mas não o encontramos. Ele tinha decidido abandonar suas baladas, vida de playboy, fez a irmã comprar um rancho no morro e para lá foi viver como um ermitão feliz. Na natureza e solidão encontrou sua real bem-aventurança.

Quando papai se aposentou, jovem, qualquer menção a voltar ao trabalho era como desafiar um bode endoidado. Deus me acuda!... Dedicou-se a ler seus livros que amava, ouvir Valsas Vienenses, envolveu-se na boêmia com seresteiros e passava a noite com duas colheres, numa batucada sem fim. Mergulhou na sua felicidade almejada. Mamãe decidiu se juntar ao grupo da terceira idade no Sesc e lá encontrou seu agrado, participando de teatros e danças juninas, além de reuniões festivas, em que cantava e tocava violão, convidando-nos para vê-la brilhar no palco. Era ali que encontrava sua verdadeira satisfação.

É no prazer prolongado que encontramos a felicidade, que pode estar na rotina do lar, relacionamentos significativos, hobbies, leituras, pesquisas, esporte, atividades duradouras que nos apaixonam. A satisfação plena não está em buscar o pote de ouro no fim do arco-íris, nem na varinha de condão, está na nossa sensibilidade, no senso de propósito, no significado de nossa vida diária, no prazer duradouro, na paz, sem sentir a necessidade constante de buscar momentos fugazes.

Ao reconhecermos esses prazeres prolongados e satisfatórios, podemos construir uma base sólida para uma vida realizada, independentemente das circunstâncias externas que possam surgir. Essa é a real felicidade!

Dois beijos...

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