A literatura, que sempre foi um impulso fundamental para o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, está enfrentando fases de fragmentação devido ao rápido consumo de informações curtas e imediatas nas redes sociais. Esse fato é preocupante e necessita de estratégias de reconstrução e revalorização da cultura.
Você sabia que nos países europeus o livro impresso de escritores renomados é obrigatório em todas as escolas?! Crianças, desde tenra idade, antes de dormirem, sozinhas ou acompanhadas dos pais, leem com atenção e gostam das narrativas. Esse hábito de leitura permanece eternamente e tem um valor inestimável. É uma viagem de janelas abertas para o mundo.
Em nossa época escolar, já no quarto ano, poesias de grandes autores enriqueciam nossas festinhas e encontros, transformando-os em momentos de cultura e emoção.
Eu, Ani e colegas curtíamos e decorávamos versos enormes de poetas consagrados. Nos clubes de leitura, eram lidos textos de José de Alencar, Graciliano Ramos, Machado de Assis, enfim a prática literária em grupo era constante.
As telas brilhantes são um acesso sem precedentes a informações, mas nem sempre contribuem para reflexões ou aprendizados profundos. Os livros de papel, hoje, na verdade, estão esquecidos. Uma verdadeira desconstrução na literatura.
Como é desagradável estar bebendo um chopinho e uma amiga tirar o celular e ficar alienada do grupo! “Viemos aqui para beber, conversar, divertir ou curtir fofocas” – disse uma amiga, olhando para a fissurada virtual. Esse comentário rápido e direto ficou na minha memória e dá uma vontade de rir ao lembrar o rosto da nomofóbica. Uma observação simples, mas cheia de verdade. Quando saímos, o celular deve ser usado como telefone, e não para resolver problemas. Valha-me Deus!
No YouTube temos acessos valiosos de várias modalidades, que são muito educativos. Ficar horas seguidas em conexões desconstrutivas é uma ruína psicológica que afeta a nossa autoestima e a nossa saúde mental.
Esse CABO DE GUERRA é realmente um dos desafios mais complexos para pais e avós de hoje. É com nossas mãos, no aqui e agora, que podemos mostrar às nossas crianças e adolescentes o mundo off-line. Passeios em parques, bibliotecas, museus, esportes, feiras de arte, de livros, filmes, em casa, que trazem bonitas reflexões, nutrem a todos nós. Algo que uma tela digital jamais proporciona. Esses momentos são fontes de renovação.
Precisamos redescobrir os encantos da vida fora das telas.
Dois beijos...
Iná e Ani
gemeasanina@hotmail.com
Ocupa a cadeira nº 4 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro