Recomeçar... recomeçar... recomeçar sempre...
É hora de jogar fora e desapegar daquilo que não faz parte de nós. Devemos colocar um ponto final no que não tem mais sentido e os pontos em aberto para o que vai chegar.
Comecemos pelos armários. Uma grande caixa aberta para receber tudo que não usamos mais. Aquelas três blusas também vão? Aqueles dois vestidos de festa? São tão bonitos, mas não uso mais. Por que conservá-los?
Antes da pandemia, tudo era necessário, mas agora uma dúvida é inevitável: "Será que eu preciso disso?". Virou para todos nós uma pergunta-guia para evitar compras desnecessárias e para despedir do que está parado. É hora do desapego.
Passamos nosso tempo acumulando coisas e nem percebemos. Muitas vezes por pura afetividade. Várias, que não fazem sentido emocional e material, vamos colocando na caixa. Arrumar nossa casa e desfazer de nossos pertences tem um papel importante nesse processo de transição.
Conhecemos um casal que se separou e na divisão dos bens o marido levou parte do mobiliário. "Fiquei com receio de entrar em casa e sentir um profundo vazio, mas a sensação que tive foi de espaço, respiro", ela nos diz. No lugar dos móveis de antes, escolheu opções menores e mais enxutas, que demandam menos tempo e cuidado. Precisamos do básico para viver.
Quem nunca sentiu uma tristeza no coração ao se desapegar de um carro antigo, nosso amigo, cúmplice, confidente, parceiro, fiel companheiro de muitos anos?! Quantas alegrias aquele "carrinho" nos proporcionou! Faltam peças, dá problemas, é hora de optar por um mais novo. E quando "ele” vai embora com outro dono, ao nos despedirmos de nosso" amado" do passado, o coração acelera...
A caixa está cheia, sapatos que usamos em festas e casamentos, vestidos gloriosos, aquele par de tênis já furado, muito usado, “é o meu número”, calçava como uma luva, grande companheiro de muitas caminhadas. Em cada peça uma história!... O frasco de um perfume que está vazio... Quantas recordações!... A vontade é de voltar com tudo de novo.
Mas aprendemos! Foi uma grande lição da pandemia!
É hora de nos vestirmos de nós mesmos, e o que precisamos para a nossa breve vida é apenas de... uma cesta básica.
Dois beijos...
Ani e Iná
