ARTICULISTAS

Doar é confiar

Ani e Iná
Publicado em 21/08/2025 às 18:20
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Quantas vezes, diante da fome e do desespero, estendemos a mão sem conhecer todos os detalhes! Sem saber exatamente quem está do outro lado, mas com a certeza de que alguém precisa. Doar é um ato de fé na humanidade.

Vamos acreditar que, mesmo em tempos difíceis, a solidariedade pode atravessar distâncias, barreiras e incertezas. Vamos escolher a esperança em vez da indiferença. Pode ser uma pequena ajuda, um alimento, um gesto, uma escuta ou uma contribuição para uma entidade desconhecida. Cada doação carrega uma semente de confiança: a de que o bem ainda circula e de que, juntos, podemos aliviar a dor e reacender a esperança.

Além de praticar a doação, podemos também promover maior consciência sobre as necessidades da sociedade e inspirar outros a seguir esse exemplo, criando um efeito cascata de bondade e solidariedade.

Mas será que temos mantido esses compromissos vivos?

O abandono tem um olhar que dói. Vemos isso de perto quando visitamos locais como a Casa de Acolhimento Isabel Aparecida do Nascimento, que acolhe mulheres em vulnerabilidade — meninas de 12, 14 anos, grávidas e abandonadas. A dor salta aos olhos. Idosos esquecidos em asilos, crianças pedintes nas ruas… um olhar triste que atinge a alma, pedindo socorro. Ajudar ao próximo não é favor, é dever de todos nós. Exercitar a solidariedade e fazer o bem não é peso, mas uma honra.

Nesses momentos, percebemos que ajudar é quase uma obrigação moral — especialmente em um país onde o governo não garante, como fazem muitos outros, o amparo necessário para que ninguém precise depender exclusivamente da boa vontade do povo.

Confiar é acreditar que o mundo pode ser melhor. Eu e Ani, junto a muitas companheiras voluntárias, sempre sentimos a necessidade de voltar a essas instituições, de conversar, de entender o motivo de estarem ali. Seria possível compreender todos os mistérios da vida? Mistérios de vida ou morte?

Doar sempre foi um chamado que vem de dentro. Quando agimos com fé na humanidade, não questionamos nossos gestos. Por isso, precisamos cultivar a cultura da doação desde cedo — ensinar às novas gerações que ajudar é natural e faz parte da vida. Talvez essa disposição de acudir os necessitados e acolher os excluídos esteja se perdendo. Muitas vezes, preferimos esconder das crianças as cenas tristes, como se o mundo fosse feito apenas de alegrias e beleza. Mas é nos gestos simples, na escuta dos abandonados e na compaixão que encontramos o que nos torna verdadeiramente humanos.

Toda doação nos transforma. Ela amadurece nosso senso de responsabilidade como cidadãos. É cidadania ativa. É admirável ver as empresárias da moda de Uberaba que, com alegria e entusiasmo — erguendo seus brindes e abrindo as portas para celebrar —, mantêm viva a tradição do altruísmo por meio de belíssimos eventos beneficentes, cujas arrecadações são destinadas a instituições como a Apae, Oasis, SD8O, Vencer, entre outras.

Em tempos em que a individualidade grita, ser solidário é quase um ato revolucionário. Mas não se esqueça: o cuidado com o outro começa com o cuidado com nós mesmos. Oferecer nosso ombro a alguém que precisa em situação de tristeza é um exemplo de bondade.  

Cada amanhecer é uma nova chance de sermos melhores. Vamos aprender com nossas amigas e amigos a doar. Vamos ter fé na humanidade.

Dois beijos...

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