Todos nós procuramos estabilidade emocional. Jovens, principalmente quando estão enfrentando altos e baixos, não conseguem lidar com o que desejam da vida. Perda de emprego ou namorado(a) converte-se em agressões, transtornos mentais, ansiedade de curta ou longa duração. Encontrar estabilidade emocional pode ser um processo contínuo ao longo da vida.
Estudos destacam uma realidade importante: muitas pessoas enfrentam dificuldades significativas antes da meia-idade e nem sempre conseguem lidar adequadamente com esses desafios. Estudos mostram que 83% das pessoas que antecedem a meia-idade, analisadas, não foram capazes de lidar com seus problemas, verificando que 17%, após a meia-idade, são capazes de lidar com desafios com mais força, encontrando respostas.
Os cinquentões, ou mais, desenvolvem habilidades de enfrentamento e resistência que os ajudam a lidar com o impacto dos problemas emocionais. Após a meia-idade, entramos no “estado de excelência”, começamos a refletir melhor, construindo pontes entre as pessoas, trocando pensamentos, com o objetivo de pavimentar estruturas emocionais, amadurecendo problemas, tomando decisões ponderadas e alinhadas com prudência.
A capacidade de manter equilíbrio e clareza mental diante das adversidades é o que nos permite navegar por esses caminhos com resiliência e determinação. Quem de nós não se alterou alguma vez sem se preocupar com os olhares ao lado? Assumir “não saber tudo” é uma grande capacitação humana. Precisamos de competência e maturidade!
Lembranças de um desses ataques, quando eu e Ani chegamos a um restaurante e pedimos o nosso prato, que foi entregue a outro cliente, numa espera de 40 minutos. Levantamos e demos um show de impaciência com o chefe. Santo Agostinho!
Nosso temperamento parecia ser pacífico, mas, certa vez, indo ao cinema, passando por três rapazes que cochichavam, voltamos e os enfrentamos em “tom agressivo”. Eles logo se desculparam. Quanta impulsividade e valentia!
Lembranças de um tio temperamental, que era o pavor da família. Um dia o encontramos na avenida e perguntamos sobre a saúde do seu irmão. Não sabíamos que tinham brigado. Imediatamente, ele deu um “pitaco”; a voz foi alterando, alterando, ele vermelho, com o dedo em riste no nosso nariz, e todos olhando. Eu e Ani ficamos “hum... hum...hum...” e demos um jeito de cair fora! São Miguel Arcanjo!
Quem nunca passou por esses “perrengues”?! Tranquilas, eu, Ani e uma amiga estávamos sentadas em um barzinho e aproximou-se o tio do meu marido, que era muito parecido com ele. Ani, gentilmente, pediu que se sentasse. De repente, após beber dois copos de cerveja, o assunto encaminhou-se para o espiritismo. Entusiasmado, ele falou que passou por oitenta reencarnações, uma delas em briga com soldados e “surtou” contando sua história. Quando foi contar a segunda reencarnação, nossa amiga bateu a mão na mesa e, alterada, foi embora. Foram dois vexames: um, por acharem que era meu namorado; outro, pelo estresse da amiga. São Jorge!
Não agir por impulso é fundamental. Nunca devemos tomar decisões de forma precipitada. É importante ressaltar que a aceitação não significa permanecer estagnado ou resignado, mas, quando certas coisas estão além do controle, é acreditar no “Poder da Entrega” para uma energia Maior.
É importante destacar que essa entrega deve ser feita com a consciência dos nossos próprios limites, com serenidade e paz interior.
Que tal nos juntarmos aos 17% dos cautelosos, comedidos, para prevenir nossa saúde mental e agir com prudência, sem machucar a nós mesmos e aos outros?!
Dois beijos...
Iná e Ani
Ocupa a cadeira nº 4 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
gemeasanina@hotmail.com