ARTICULISTAS

Fobia

Iná e Ani
Publicado em 30/09/2024 às 18:08
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Você encara seus medos de frente? Você tem coragem de abrir a redoma de vidro de sua mente e se libertar?

Nossos medos são amarras invisíveis que podem nos prender a uma vida monótona e triste. Quem teme não enfrenta mudanças nem se arrisca em busca de seus sonhos. 

Quando na juventude eu e Ani, cheias de entusiasmo e energia, no parque de diversões, entramos com o nosso primo na roda-gigante, lá no alto balançávamos a cadeira nos divertindo, enquanto o primo, já rapaz, parecia estar num campo de batalha, assustado. Ao descermos, prontamente o convidamos para a montanha-russa, ao que ele respondeu: “nem pensar”.

O desafio e o temor por todos os brinquedos se espelhavam em seu rosto, olhar assustado, o nervosismo se intensificava mexendo uma mão contra a outra. De longe nos olhava girando em todos os brinquedos do parque. Quanto mais adrenalina e risco, melhor. Ele, quieto, com os pés plantados no chão.

Essas lembranças mostram como o medo é paralisante. O primo era inteligente e sempre dizia “não sou inteligente, sou um burro esforçado”, o que nos deixava intrigadas. Ao completar 23 anos, ganhou de presente de aniversário uma viagem a Nova York. Ao adentrar naquele ambiente fechado, “surtou”, entrou em pânico total. O voo de volta foi feito com calmantes, praticamente dormindo, o que reflete a insegurança e o medo. 

Inversamente ao primo, eu e Ani sempre estávamos onde o perigo chamava. Dominamos o medo de tal forma que passou a ser nosso aliado e conseguimos viver plenamente. Quando em viagem ao exterior, o avião deu uma “pane” e teve que parar em Barbados. Tal fato se tornou para nós apenas um contratempo e ficamos dois dias mergulhadas em águas paradisíacas.

Esse é um testemunho de que, em momentos críticos, quando nossa mente enxerga o perigo como um desvio de rota, é possível viver situações desafiadoras como uma experiência.

Todos nós somos reféns de nossos medos: ratos, escuro, doenças, mortes, sentimentos de angústia, ridicularização. Quem já teve depressão sabe que é uma doença que deixa a pessoa presa ao medo e à escuridão. Nesse caso, é necessário buscar o tratamento adequado, com terapia ou medicação. Porém, esses sentimentos de pânico não precisam ser eternos! 

Quem não tem um frio na barriga ou um aperto no coração diante de oportunidades desafiadoras? Temos que transformar essa emoção, esse sentimento do medo, tão adubado pelos nossos ancestrais, em oportunidades de aprendizado e ganhar autoconfiança. Nunca devemos achar que aprisionados estaremos protegidos. Nossas vivências não podem ser paralisadas pelo medo.

Todo tempo é tempo de mudança! Reflita! A chave da liberdade e da felicidade está em nossas mãos. Não podemos ficar enclausurados em nós mesmos. Agora é a hora!

Dois beijos...

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