Muito do nosso DNA vem dessa história de investirmos em coisas eternas!
Quem não tem uma joia especial que herdou da mãe, da avó, da madrinha e quer doar para sua neta como tradição familiar?! Muitas coisas do fundo do baú são sucesso e fazem parte de nossa indumentária! É com orgulho que coloco em ocasiões especiais as três peças – um brinco, uma pulseira e meu colar de pérolas com reflexos em creme – herdadas de minha amada mãe em comemoração de suas bodas de prata. Ani herdou um camafeu de madrepérolas de São Sebastião, rodeado de safiras, combinando com os brincos, peças que podem ser usadas em ocasiões simples ou clássicas.
Uma singela correntinha de ouro com sua medalhinha é uma preciosidade pelo valor sentimental que representa. Todas essas lembranças de um tempo que nunca foi embora. É que nossos avós não morrem, simplesmente ficam na saudade. Muitas vezes, em situações difíceis, a pessoa coloca a mão no pingente como se fosse um amuleto. Encantador o poder de uma joia doada, repleta de sentimentos e histórias!
Muito além dos acessórios, são herdados quadros que enfeitam paredes da sala de estar, xícaras inglesas para um café da tarde, uma simples “bonbonnière”, um prato para colocar na parede, tendo valores inestimáveis, verdadeiras relíquias.
O mandrião é um “mimo” levado pelas avós para o batizado dos netos. Um camisolão de renda ou de algodão com o nome bordado, sempre recebido como peça divina cheia de histórias.
Quem se esquece do bolo de fubá com biscoitos e do café na casa dos avós? E da comida da mamãe? Quando a tradição é boa mesmo, não se perde ao longo dos anos; pelo contrário, prevalece. É em volta de uma mesa que as relações se tornam mais fortes!
As ceias de final de ano, no Natal e no réveillon, são momentos de confraternização entre a família e os amigos, sinônimo de mesa farta. A data vem cercada de inúmeros preparativos que envolvem desde a decoração, a preparação da mesa com as tradicionais receitas familiares que não podem ficar de fora dessas comemorações.
Que a duração da felicidade seja através da culinária, do bate-papo com os filhos, brincar com os netos, dedicar-se a um projeto social, fazer algo benéfico para alguém. Criar esses micromomentos que nos darão forças para enfrentar nossos próprios fantasmas que muitas vezes querem se tornar sabotadores da nossa felicidade. Nesses encontros de alma, de amor, existe uma grande beleza. São pérolas que necessitam ser guardadas e valorizadas.
Vidas emparelhadas tão juntas e de repente vão seguindo seus destinos. Familiares, amizades. Gostaríamos de segurá-los em nossos braços, com força, para que não escapassem. Desejo inútil nosso, sabemos! A única coisa que temos certeza é aproveitar o hoje. Esses micromomentos são únicos, por isso devemos cuidar como se fossem eternos, mesmo que não sejam.
A história é sempre nossa aliada. Afinal, é isto que interessa: manter vivos os laços que nos unem em qualquer ocasião!
Dois beijos...
Iná e Ani
gemeasanina@hotmail.com