ARTICULISTAS

O luxo da futilidade

Ani e Iná
Publicado em 07/05/2020 às 07:21Atualizado em 18/12/2022 às 06:09
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Coronavírus, Covid-19 ou simplesmente Corona vê seu nome rodar o mundo e, com isso, evocou todo um sentimento coletivo de igualdade e de luta contra preconceitos. Mas o que surpreende com a repercussão do momento está muito mais voltado para a percepção social das relações humanas do dia a dia.

Há um ”mimimi” de que o mundo será digital, que as compras migrarão para o online, como também escolas e empresas. Tudo será digitalizado para sobreviver. Aquelas lojas lotadas vão desaparecer. As viagens de lazer serão mais para o interior, perto da natureza, em lugares com baixa concentração de pessoas.

Histórias serão contadas, antes do Corona e depois do Corona. Vamos renascer!...

Estamos vivendo em um mundo dominado por um vírus, contaminado, por isso é inevitável questionar sobre o nosso futuro.

Como ficará a nossa festa da Abadia? Nossas quermesses? Nossos bazares? Como ficará a ExpoZebu, nossa festa de exposição agropecuária? Nossos encontros no teatro "José Maria Barra”? Musicais no Vera Cruz? Encontros no Mercadão, nos barzinhos efervescentes da cidade, nos cinemas? E os aglomerados? C’est fini?

Luan Santana, um dos maiores cantores da atualidade, ao subir no palco (antes do Corona) no Parque de Exposições em Salvador, na Bahia, para cantar para aproximadamente vinte mil pessoas, faz jus ao seu título de pop star, liberando adrenalina de fãs emocionados. O próprio cantor segurou o "choro" ao falar da sua impressão.

Assistimos à live de Ivete Sangalo de pijama com o marido e o filho (depois do Corona), na descontração de sua casa, assim como de outros cantores. Verdadeiros shows! Não faltou nada? Faltou!... Faltou o mais importante: o calor da plateia, o aglomerado, o calor humano, a energia!...

Relembramos os megashows marcantes que o Brasil apresentou (antes do Corona) desde que nasceu o Rock in Rio, o primeiro festival de música em que o país recebeu cerca de um milhão e meio de pessoas, o equivalente a três festivais de Woodstock.

Voltaremos a receber Lady Gaga, Paul MacCartney, Elton John, Rolling Stones, no Brasil, ao vivo e em cores? Com aquela plateia? Um show à parte?

Agora (depois do Corona), tomar um lanche com as amigas na "Vovó Tuta" virou programa de luxo! Encontrar no salão, fazer as unhas, para bater papo com amigas, assistir a uma partida do "time” do coração no campo de futebol, participar de um boliche. Ir ao clube, ao cinema. Simples assim!... Futilidades?! Que saudade!

Para nós, que tínhamos total controle sobre a vida, o castigo foi bem duro. Alguma hora a conta chega!

Dois beijos...

Ani e Iná

 

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